'Uma temporada fora de mim' é o primeiro álbum de Helio Flanders. Vocalista do Vanguart, uma das mais celebradas bandas da geração 2000, o cuiabano de 30 anos, radicado em São Paulo, precisou de tempo, maturidade e boa dose de solidão para gestar um disco incomum no cenário da música pop atual.
É um tanto anacrônico, por vezes afetado, esse disquinho de nove canções e (infelizmente) pouco mais de 30 minutos. Para o público acostumado com o folk rock de melodias assobiáveis e refrões inspirados, causa um estranhamento e tanto a sonoridade minimalista, baseada em piano e cordas. A interpretação de Flanders é sempre lírica, doída, pessoal.
É um tanto anacrônico, por vezes afetado, esse disquinho de nove canções e (infelizmente) pouco mais de 30 minutos. Para o público acostumado com o folk rock de melodias assobiáveis e refrões inspirados, causa um estranhamento e tanto a sonoridade minimalista, baseada em piano e cordas. A interpretação de Flanders é sempre lírica, doída, pessoal.
Helio é capaz de cantar no feminino em Major Luciana, dedicada à moradora de rua Luciana Avelino da Silva. É ainda possível ouvi-lo dividir os vocais com uma de suas inspirações para o trabalho, a cantora Cida Moreira. Flanders ainda dá tom absolutamente diverso a Romeo, parceria dele com Thiago Pethit. Na versão de Pethit, lançada no ano passado, é um rock rasgado. Na de Flanders, a canção é lenta, quase feminina, acompanhando as notas do violoncelo e do piano.
“O Vanguart viveu um ano de processo coletivo, mas sempre tive ideia de lançar um álbum solo. Para mim, toda música poderia ser feita de piano, voz e cordas”, conta ele, que começou a gestar o disco sozinho, em casa. “A partir de 2009, comecei a reencontrar o Helio cantautor. Sou apaixonado por Cauby Peixoto (que cogitou convidar para gravar o disco), Sinatra, Cida Moreira. Houve um momento em que me isolei muito, ficava em casa tocando violão. Uma amiga falou que era solitude, mas vi que não, era uma solidão dos infernos, e comecei a escrever sobre isso.”
Cida Moreira, além da participação em Dentro do tempo que eu sou, é muito mais presente no trabalho, conforme Flanders comenta. “Quando era adolescente, o artista plástico Adir Sodré me falou: ‘Ouve esta cantora’. Era Surubaya Johnny, do Brecht, cantada por ela. Minha vida parou ali. Percebi naquele momento que a Cida, sem saber, tinha me liberado para ser o que quisesse.”
TANGO
Para conseguir chegar onde queria, Flanders foi longe. Depois de um show com o gaúcho Arthur de Faria em Buenos Aires, ele conheceu alguns músicos argentinos. Resolveu importar dois para o trabalho, coproduzido por Faria. “Não existe nada mais trágico do que o tango”, diz ele, que convidou o contrabaixista Ignacio Varchausky e o bandoneonista Martín Sued. Completam a formação os brasileiros Bruno Serroni (celo) e Leo Matos (bateria).
Hoje, eles se encontram em São Paulo para o show de lançamento do álbum. Há outro marcado para novembro, no Rio. Por ora, é só. “Acredito que esse trabalho solo é bem pontual, corre por fora, é inevitavelmente anticomercial. O Vanguart é minha prioridade, tanto que, quando penso no próximo disco da banda, tenho borboletas no estômago. Mas acho que meu disco vai chegar a quem precisa”, conclui Flanders.
“O Vanguart viveu um ano de processo coletivo, mas sempre tive ideia de lançar um álbum solo. Para mim, toda música poderia ser feita de piano, voz e cordas”, conta ele, que começou a gestar o disco sozinho, em casa. “A partir de 2009, comecei a reencontrar o Helio cantautor. Sou apaixonado por Cauby Peixoto (que cogitou convidar para gravar o disco), Sinatra, Cida Moreira. Houve um momento em que me isolei muito, ficava em casa tocando violão. Uma amiga falou que era solitude, mas vi que não, era uma solidão dos infernos, e comecei a escrever sobre isso.”
Cida Moreira, além da participação em Dentro do tempo que eu sou, é muito mais presente no trabalho, conforme Flanders comenta. “Quando era adolescente, o artista plástico Adir Sodré me falou: ‘Ouve esta cantora’. Era Surubaya Johnny, do Brecht, cantada por ela. Minha vida parou ali. Percebi naquele momento que a Cida, sem saber, tinha me liberado para ser o que quisesse.”
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Para conseguir chegar onde queria, Flanders foi longe. Depois de um show com o gaúcho Arthur de Faria em Buenos Aires, ele conheceu alguns músicos argentinos. Resolveu importar dois para o trabalho, coproduzido por Faria. “Não existe nada mais trágico do que o tango”, diz ele, que convidou o contrabaixista Ignacio Varchausky e o bandoneonista Martín Sued. Completam a formação os brasileiros Bruno Serroni (celo) e Leo Matos (bateria).
Hoje, eles se encontram em São Paulo para o show de lançamento do álbum. Há outro marcado para novembro, no Rio. Por ora, é só. “Acredito que esse trabalho solo é bem pontual, corre por fora, é inevitavelmente anticomercial. O Vanguart é minha prioridade, tanto que, quando penso no próximo disco da banda, tenho borboletas no estômago. Mas acho que meu disco vai chegar a quem precisa”, conclui Flanders.