Um dos destaques do repertório, a faixa de abertura do disco, 'É' se tornou a “canção-termômetro”, brinca Tulipa Ruiz, como que medindo como vai ser a apresentação a partir da reação do público. 'As vezes', escrita pelo pai, Luiz Chagas, que toca na banda, é, sempre momento especial, já que “acaba tornando Belo Horizonte o cenário da canção”. Composta durante as viagens e que não está nos discos, 'Megalomania' representa “o estar na estrada”, explica. Mas não tem composição favorita, observa, já que gosta de trilhar vários caminhos.
“Palco para mim é sagrado, é lugar onde tudo é linguagem”, afirma Tulipa Ruiz. “Venho de família de músicos. Demorei a começar a fazer música, porque achava que isso era coisas deles, que para mim era só hobby. Quando vi que o som que eu fazia os instigava, senti que estava no caminho certo. Quero que minha música traga algum lampejo, inspire as pessoas a fazer alguma coisa – seja tricô, dançar, abrir um vinho, ir para rua.”
E continua: “A vitrola lá de casa foi minha escola. Cresci ouvindo com meu pai Itamar Assumpção, Rumo... Minha mãe ouvia Clube da Esquina, Novos Baianos, Stones, Hendrix, Joni Mitchel”. Segundo Tulipa, há desafios postos hoje a quem faz música. “Está difícil viver de arte, o que cobra políticas para o setor”, avalia. “As rádios podiam ser mais democráticas, muitas só tocam sua música se você pagar. Mas cada vez mais artistas fazem música sem depender de velhos esquemas”, comemora.
Tulipa Ruiz
Quarta, às 21h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos a R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). Informações: (31) 3236-7400.