Musica

'Sonic Highways': Foo Fighters faz disco grandioso e pouco inventivo

Para gravar o CD, a banda viajou por oito cidades diferentes dos EUA, trouxe convidados especiais e tentou captar os estilos locais

Juliana Figueiredo

Grupo gravou as faixas em oito cidades americanas
Grupo gravou as faixas em oito cidades americanas
Para tentar minimizar os danos do vazamento de 'Sonic highways', o aguardado novo álbum do Foo Fighters, a banda liberou a audição do disco na íntegra em vários sites no começo da semana. A grandiosidade do projeto - um disco conceitual que contém oito músicas, cada uma gravada em uma cidade diferente dos Estados Unidos: Chicago, Washington D.C., Nashville, Austin, Los Angeles, New Orleans, Seattle e Nova York - atiçou ainda mais a curiosidade que já é esperada a cada vez que sai um novo trabalho da banda norte-americana.


Entretanto, a viagem, que tinha tudo para renovar o som do grupo, se mostrou pouco produtiva em termos de qualidade. Longe de imprimir diferentes sonoridades, as participações especiais - entre elas, Preservation Hall Jazz Band e Joan Jett - se diluem em músicas que soam como o Foo Fighters de sempre: enérgico, mas exagerado. Os berros de Dave Grohl estão ainda mais rasgados e as canções ainda mais longas, em repetições de distorções e frases-título que não parecem ter fim.

Embora não comprometa a boa discografia da banda, 'Sonic highways' é um perfeito exemplo de uma banda que quer dar um passo maior que as pernas e entrar no rol do rock clássico a qualquer custo. Se grandes ambições fossem suficientes para se fazer grandes discos, o Foo Fighters certamente seria uma das maiores bandas de rock da história. Enquanto isso não acontece, é bom o grupo tentar conservar o título de “banda mais legal do rock” para se manter no topo. Disso, o Dave Grohl entende.