Em sua segunda versão em terras mineiras, o festival vai ter como cenário a Esplanada do Mineirão. É um ganho e tanto, lembrando a confusa edição de 2013 no Mega Space – confusão no trânsito para entrar e sair, o que provocou atraso das próprias bandas, sem falar no som ruim e no aspecto um tanto disperso do evento. A outra é o momento atual das escaladas. À exceção do PATD, os três grupos lançaram, este ano, álbuns bem cotados, o que traz uma carga de ineditismo ao evento (as bandas gringas, por sinal, tocam em BH pela primeira vez).
Na sequência, os Titãs chegam com 'Nheengatu', sem dúvida alguma seu melhor trabalho neste século. Grande crônica político-social, as 14 faixas trazem vários dos temas que vêm ditando as manchetes do Brasil. A miséria que assola os grandes centros, com foco em São Paulo, QG do grupo, é descrita em 'Mensageiro da desgraça': “Vou vingar os meus irmãos/ Os que são queimados/ Enquanto dormem no chão”. 'República das bananas' e 'Chegada ao Brasil (Terra à vista)' apostam na ironia, 'Fala, Renata' centra fogo no palavrório inútil das redes sociais e 'Quem são os animais?' na homofobia.
Por fim, a Nação Zumbi traz agora seu novo trabalho, homônimo, para um público bem maior quando do show que fez no primeiro semestre em BH (num sábado de jogo do Brasil, em junho, para uma plateia ínfima no Chevrolet Hall). Melodioso, lírico e com letras contundentes, o trabalho produzido por Berna Ceppas e Kassin comprova por que deve-se ouvir o combo do Recife sem nostalgia. 'Nação Zumbi', o disco, chega após um hiato de sete anos sem um CD autoral. É para dançar e cantar junto músicas como 'Cicatriz', 'Bala perdida' e 'Pegando fogo'.
Três perguntas para...
Chester Bennington - vocalista do Linkin Park
The hunting party recebeu uma série de críticas positivas. Como foi a produção do álbum, com Mike Shinoda e Brad Delson como produtores?
Não houve um planejamento do tipo “vamos fazer um disco nós mesmos”. Começamos o processo da mesma maneira dos outros, gravando demos e tal. Quando já tínhamos algum material gravado, coisas mais voltadas para um pop alternativo, Mike achou que não estava legal. Ele acreditou que a banda poderia ir além, fazer melhor. Na verdade, o que ele queria era fazer um disco de rock, com guitarras incríveis e bateria insana. Uma vez que ele mostrou para a gente a direção que queria, entramos de cabeça.
E são as guitarras que realmente fazem essa direção, não? Inclusive com as participações, como as de Tom Morello e Page Hamilton...
A gente tem bastante guitarra nos nossos últimos três discos, mas ninguém reparou nisso. E aquilo é coisa do Mike, que escreveu todas as partes da guitarra. Nesse álbum, ele resolveu fazer diferente. Propôs um desafio ao Brad, até então um guitarrista que não estava interessado em brilhar com solos, mas sim tocar de uma maneira que servisse às músicas. Pois ele disse ao Brad para gravar as guitarras de maneira que fizesse garotos de 14 anos quererem ser tornar guitarristas. Uma vez que Brad foi desafiado, isso também aconteceu com todos os outros músicos da banda.
E no show, o que vai ter do disco novo?
Cada disco vai ser representado. Podem esperar Meteora, Hybrid theory, Minutes to midnight, Living things...De The hunting party temos tocado pelo menos cinco canções, como Wastelands, Guilty all the same, Until it’s gone. Não vemos a hora, ainda mais porque o Brasil é sempre memorável por causa do público. Vocês são realmente apaixonados, e não falo isso só em relação à música, mas à vida em geral. A reação da plateia é incrível, e acaba chegando até a gente.