Musica

Cantor e compositor Roger Hodgson se apresenta dia 25 no Parque das Mangabeiras

Conhecido pela participação no Supertramp, ele promete sucessos e novas canções

Marcelo Faria

"Música boa não fica velha. Sou uma prova disso, pois elas não ficam velhas pra mim. Toco-as todas as noites e elas me soam atuais", Roger Hodgson, cantor e compositor
Mal começou a conversa, Roger Hodgson, lenda do rock progressivo, autor e voz dos maiores clássicos do Supertramp, inverteu os papéis, tomou a iniciativa e, sabendo de onde veio a ligação, disparou a primeira pergunta da entrevista: “Por algum acaso Belo Horizonte é conhecida por ser uma cidade onde a música é muito importante, com um público sensacional?”.


A dúvida do músico expressa muito bem a paixão dele pela cidade, que, em mais de uma oportunidade,  disse ser seu lugar favorito no Brasil. Na verdade, Roger parece tão ou mais empolgado que os fãs com o reencontro em BH, marcado para o dia 25, no Parque das Mangabeiras. Será a terceira vez que o artista vai tocar na cidade – nas duas primeiras, a interação com a plateia foi tão intensa que a capital mineira ficou marcada na memória afetiva de um artista experiente, com meio século de carreira.


“Muitas vezes, a plateia é boa, mas tem algo muito, muito especial sobre a conexão que tive em Belo Horizonte e o que senti das pessoas. Realmente me tocou. Foi uma noite emocionante.” Roger diz que, além da lembrança do entusiasmo do público mineiro, ainda guarda a camisa de futebol que recebeu no palco na primeira vez que veio a BH. Faz questão de deixar claro que gosta da cidade de verdade, que não era “papo para conquistar os fãs”.

E emenda mais elogios: “Para mim, Belo Horizonte é um lugar muito especial e a audiência é simplesmente incrível. Não sei se é porque eles amam minhas músicas e têm uma conexão muito profunda com elas, ou se amam todo tipo de música”. E garante que vai retribuir no palco.

Sobre o show, o músico promete novidades. “Desta vez, estou levando minha guitarra e vou cantar 'You make me love you' e 'Had a dream', canções que não toquei da outra vez”, antecipa. E garante que seus maiores sucessos com o Supertramp também estarão presentes, como 'It's raining again', 'Dreamer', 'The logical song' e 'Breakfast in America', canção que dá nome ao show.

O músico não vê problemas no fato de que quase todas as músicas favoritas dos fãs tenham sido compostas na época em que ele estava no Supertramp. “Para mim, não faz diferença. Minhas músicas são as minhas músicas. Algumas gravei com o Supertramp, outras, sozinho. Quando toco 'The logical song', não penso: ‘Ah, é uma música do Supertramp’. Para mim, é a minha música”, explica.

Hodgson, é claro, fica feliz quando fãs elogiam uma canção recente ou a qualidade da sua nova banda, mas comparações com o Supertramp não parecem incomodá-lo. “Muitas pessoas amam as músicas e, quando pensam em ouvi-las ao vivo, têm o Supertramp em mente, sem saber que podem ouvi-las comigo, em outra versão. O nome Roger Hodgson não se tornou tão conhecido como Supertramp”, explica. “Mas isso está mudando aos poucos. Sei de gente que está vindo da Europa para ver os shows no Brasil”, comemora.

Gerações O nome da turnê de Hodgson que passará por BH é 'Breakfast in America', o mesmo do clássico álbum do Supertramp. Mas quando o disco saiu, em 1979, muitos dos fãs que estarão no Parque das Mangabeiras não eram nem nascidos. Tanto nos dois shows em BH quanto em muitas apresentações pelo mundo, é comum um público composto por pessoas de todas as idades, incluindo aqueles que tiveram contato com a banda há pouco tempo.

“Jovens descobrindo minhas músicas é algo que me deixa bem contente. Talvez, em um mundo em que a música está cada vez mais rasa, aqueles que estão buscando algo com mais significado e conteúdo melódico encontrem alguma força em meu trabalho. O que me deixa muito feliz.”

Senhor do tempo, o cantor e compositor Roger Hodgson conclui: “Música boa não fica velha. Sou uma prova disso, pois elas não ficam velhas para mim, toco-as todas as noites e elas me soam atuais. Não me parecem canções antigas”.

 

 

 

Pop Prog

O Supertramp nasceu graças a um mecenas holandês. Em 1969, o milionário Stanley August Miesegaes resolveu bancar a segunda incursão do pianista e vocalista Rick Davies. Depois de uma malfadada experiência com um grupo chamado The Joint, Davis, com o consentimento de Miesegaes, colocou um anúncio no semanário britânico 'Melody Maker', procurando integrantes para uma nova banda.

Foi dessa maneira que foram recrutados o guitarrista Richard Palmer, o percussionista Robert Millar e o vocalista e baixista Roger Hodgson. Inicialmente, o grupo se chamava Daddy, logo substituído por Supertramp, nome tirado de um livro do autor galês William Henry Davies. O Supertramp foi o lado mais comercial do progressivo, pois soube unir a ambição instrumental do rock que ditava os padrões da época com melodias pop.

Seu auge se deu entre o final da década de 1970 e o início da de 1980. Seu álbum mais popular, 'Breakfast in America' (1979), gerou uma série de hits, entre eles, 'The logical song', 'Goodbye stranger', 'Take the long way home', além da faixa-título. Com a repercussão, o grupo gravou, logo no início do ano seguinte, Paris, um álbum duplo ao vivo registrado na capital francesa.

 

BREAKFAST IN AMERICA
Show de Roger Hodgson. Dia 25, às 19h, no Parque das Mangabeiras, Av. José do Patrocínio Pontes, 580, Bairro Mangabeiras. Pista/1º lote: R$ 160 (inteira) e R$ 80 (meia-entrada); camarote/1º lote: R$ 300. À venda no Ingresso Rápido, Shopping 5ª Avenida, Rua Alagoas, 1.314, Savassi. Informações: (31) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. Classificação: 16 anos.

 

Ouça a faixa 'Breakfast in America', de Roger Hodgson: