Belo Horizonte recebe o espetáculo 'Elis, a musical', no Palácio das Artes

Musical aclamado pela crítica está com ingressos praticamente esgotados em BH

por Ana Clara Brant 11/09/2014 11:29
Caio Galluci/Divulgação
Laila Garin, que vemsendo elogiada por sua atuação, estará em BH (foto: Caio Galluci/Divulgação)
Belo Horizonte será a primeira cidade fora do eixo Rio-São Paulo a receber um dos espetáculos mais aclamados dos últimos tempos, 'Elis, a musical', que estreia hoje no Palácio das Artes e fica em cartaz até sábado, tendo, inclusive, uma sessão extra. Não há nenhum motivo especial para a escolha da capital mineira para abrir a turnê nacional, que depois daqui segue para Brasília, Curitiba e Porto Alegre, mas Laila Garin, uma das intérpretes de Elis Regina (a outra é Lilian Menezes e as duas se alternam. Em BH, ela estará na sessão extra), não vê a hora de se apresentar aqui. “Amo Belo Horizonte do fundo do coração, gosto muito desta cidade e já encenei aí diversas vezes. Tenho certeza de que assim como foi nas temporadas cariocas e paulistas, teremos muita emoção no Palácio das Artes, que conheço bem”, enfatiza.

A própria Elis, como ressalta a atriz baiana selecionada entre mais de 200 candidatas, tinha uma ligação muito forte com os mineiros, sobretudo com Milton Nascimento. Tanto é que no musical há uma homenagem especial a Bituca, quando são lembradas várias de suas canções, como 'Nada será como antes', 'Canção da América', 'Fé cega, faca amolada', Paula e Bebeto' e 'Maria, Maria'.

Por onde passou, a produção – que tem texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade – sempre teve casa cheia e tanto crítica quanto público se renderam aos talentos não só de Laila como de Tuca Andrada e Cláudio Lins, que interpretam os homens que foram casados com a cantora, Ronaldo Bôscoli e Cesar Camargo Mariano, respectivamente. Outros 16 atores se revezam em vários papéis, em uma história que leva para o palco diversas figuras importantes da cultura nacional, como Jair Rodrigues, Lennie Dale, Miéle, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, entre muitos outros.

“Desde que estreamos, em novembro do ano passado, no Rio de Janeiro, sempre foi uma coisa maravilhosa e intensa. A plateia se emocionando, a crítica elogiando e a gente recebendo muitos prêmios, inclusive o Shell. Muito melhor do que imaginávamos”, comemora Laila. A artista, que fisicamente não se parece com a Pimentinha, mas que se transforma no palco, é apontada como um dos pontos altos da superprodução. Há quem brinque que quer ver 'Elis, a musical' só para conferir a performance de Laila Garin. “A Lilian Menezes faz muito bem o papel, mas ela costuma atuar apenas nas sessões extras. Criei o espetáculo, participei desde o começo, fiz todos os ensaios e as pessoas se identificaram bastante. Foi uma grande surpresa pra mim”, comenta.

Visceral Laila revela que quando foi escolhida para ser a protagonista teve um certo pavor em interpretar a maior cantora do Brasil. Mas o diretor Dennis Carvalho, que está estreando em teatro, fez questão de tranquilizá-la. “Tinha muito medo porque Elis é muito amada e com muito fervor. Porém, o Dennis nunca quis que eu a imitasse, mas sim que o espetáculo fosse uma grande homenagem. A partir daí, a coisa se tornou mais leve pra mim. Sempre a admirei, mas nunca fui fanática por ela, mas cada vez mais me impressiono com o talento, a técnica e com a maneira como Elis era visceral”, confessa.

A artista conta que não foi nada fácil para a produção selecionar o repertório e que Dennis Carvalho costuma brincar que o processo de escolha das músicas foi semelhante ao do treinador da Seleção Brasileira. “Tudo na voz dela virava sucesso e todo mundo tem as suas favoritas. Mas, infelizmente, não cabiam todas. São 45 canções no total, e só eu canto 30. Mas dá para se ter uma noção da trajetória e da vida dela. Claro que sempre vai faltar alguma coisa. No geral, todos estamos muito felizes e satisfeitos com o resultado”, celebra.

'Elis, a musical'
Apresentação hoje e amanhã, às 21h; sábado, às 17h e às 21h. Grande Teatro do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos esgotados. Informações: (31) 3236-7400. Duração: três horas (com intervalo de 15 minutos). Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.

MAIS SOBRE MUSICA