Foi ao som de samba que tiveram início as atividades musicais da Virada Cultural de BH, na noite deste sábado, 30. Acompanhado pela Orquestra Sesiminas, o carioca Diogo Nogueira começou tocando para 3 mil pessoas na Praça da Estação, palco central da maratona de shows. Ao longo da apresentação, o público chegou a 20 mil pessoas somente na praça, segundo estimativa da Polícia Militar. Nos outros palcos da Região Centro-Sul, milhares de pessoas acompanhavam as atrações que atravessaram a madrugada.
Veja fotos das atrações que atravessaram a noite na Virada Cultural de BH
O sambista foi sucedido no palco pelas presenças mineiras de Aline Calixto e Flávio Renegado. Para o casal José Eduardo Soares, de 43 anos, e Claudirene das Graças, de 40, do Bairro São Lucas, a capital mineira é celeiro de grandes talentos da música. "Por ser de graça e com ótimos artistas, a Virada deveria acontecer pelo menos uma vez por mês", comentou Claudirene. Raimundos (às 0h30) e o Baile da Saudade (às 2h) concluem a lista de atrações da madrugada, mas a Praça da Estação volta a ser cenário para a música com show de Paula Fernandes às 17h30 deste domingo, 31.
Praça Sete
Já na Praça Sete, coração do hipercentro de Belo Horizonte, o pontapé inicial ficou por conta do Coletivo ANA - Amostra Nua de Autoras. O grupo de mulheres que representa a nova geração de compositoras da música mineira subiu ao palco às 19h. Mais tarde, as três integrantes do Caffeine Trio deram sequência à representação feminina com apresentação de repertório inspirado em diversas vertentes do jazz.
No caminho para casa, Sueli Rufino deparou-se com a atração em pleno hipercentro e, apesar de não ter planejado com antecedência, decidiu ficar por ali e acompanhar a música. "Estava voltando do trabalho e fomos atraídos pelo show", contou a vendedora, que ficou na praça acompanhada do marido e de três filhos.
A banda Javalli e e o encontro da Orquestra de Câmara Opus com Derico deram sequência à programação na praça, que ainda conta com Brascubazz, Thiago Delegado, Dibigode, OSEX, Cool Box Band, Acir Antão e outros grandes nomes locais e regionais em uma maratona ininterrupta até as 19h deste domingo.
Parque Municipal
Primeira atração confirmada da Virada Cultural 2014, o show de Toquinho ao lado da Orquestra Sinfônica Arte Viva provocou uma fila que começava no portão principal do Parque Municipal, na Avenida Afonso Pena, e chegava à Alameda Ezequiel Dias. A área verde no coração de BH tinha a entrada mais disputada da noite, uma vez que abriga cinco palcos e um teatro. A fila para a comédia 'Queijo, comédia e cachaça' também impressionava pelo tamanho.
Entre os fãs do compositor que aguardavam a vez de passar pelos portões do parque, causou irritação a proibição da entrada com alimentos ou bebidas. As estudantes Júlia Rodrigues e Iara Bozon desistiram de enfrentar a grande fila ao saber que não poderiam levar consigo os lanches que preparam especialmente para enfrentar a maratona cultural. "Não acho certo essa restrição, só porque estão vendendo bebidas lá dentro", reclamou Júlia. "O parque é público", frisou a jovem. A reportagem verificou que nem mesmo garrafas d'água eram permitidas.
O palco principal onde Toquinho se apresentou com a orquestra foi inaugurado às 19h30 com show da banda Fio da Navalha, formada por Rodrigo Borges, Ian Guedes, Paulinho Carvalho, Carlos Ivan e Mauro Beléu. Marina Machado foi a segunda atração da noite, com apresentação que começou às 21h. Toquinho e Orquestra Viva ocuparam o espaço a partir das 22h30, e deram sequência à programação que ainda incluiu Juliana Perdigão (às 1h), Júlia Ribas com Banda Cebna (às 2h), Todos os Caetanos do Mundo (3h30) e a Cia Baobá Minas (5h).