O programa inclui peças para vihuelas, um pouco de música feita para alaúde pelo inglês John Dowland e de espanhóis como Luis de Narvaez. “Trata-se de repertório que toco desde que comecei a aprender alaúde”, conta Regina, natural de Sertãozinho (SP), que depois de estudar com Henrique Pinto, em São Paulo, foi para a Unicamp, de Campinas, onde se dedicou ao estudo da composição, antes de seguir para a Europa.

“Como ninguém sabia do alaúde aqui no Brasil, fui para a Holanda pesquisar sobre o instrumento e a estética da época”, recorda a instrumentista. Ela acabou ficando na Europa, onde desenvolve carreira de concertista paralelamente à fonográfica. Com mais de 30 discos gravados, coincidentemente, a violonista e alaudista chega ao país quando a Holanda é uma das seleções favoritas da Copa do Mundo.

“Você vai colocar isso no jornal?”, quer saber Regina Albanez, admitindo que torce para a melhor. “Mas parece que a Holanda está muito boa”, diz, sem esquecer do amor ao time brasileiro. Com uma década de realização, o projeto Movimento Violão chegou a Belo Horizonte depois do sucesso em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. O objetivo, segundo a produção, é contribuir para a formação de novas plateias de música erudita, com apresentações de elevado valor artístico.
O projeto foi idealizado pelo violonista Paulo Martelli e nasceu em 2003 no Teatro da Biblioteca Municipal de Araraquara. O Movimento Violão se fortaleceu com os anos e, além de programação mensal nas três cidades paulistas e em BH, oferece uma apresentação anual no Kennedy Center, nos Estados Unidos.

Importantes instrumentistas brasileiros e também internacionais já passaram pelo projeto, como o Duo Assad, Fábio Zanon, Pablo Márquez, Jorge Caballero, Duo Siqueira Lima, entre outros. Um dos frutos do projeto foi a gravação de dois CDs e dois DVDs, distribuídos gratuitamente em escolas de música.