Red Hot Chili Peppers apresentam show morno em noite marcada por transtornos na Grande BH

Grupo encerrou a primeira edição do Circuito Cultural Banco do Brasil, que sofreu atrasos por manifestações e problemas de estrutura

por Marcelo Faria Lucas Rage 03/11/2013 02:11

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Leandro Couri / EM / DA PRESS
Anthony Kiedis e Flea levantaram o público do Mega Space, apesar dos contratempos (foto: Leandro Couri / EM / DA PRESS)

Contando com um repertório poderoso e público de 40 mil pessoas já aquecido por shows desde o começo da tarde, o Red Hot Chili Peppers não teve dificuldade em levantar a plateia e deixar sua marca no Circuito Banco do Brasil, em Santa Luzia. Apesar de terem como marca registrada uma empolgação intensa em suas apresentações, os californianos foram um pouco mais contidos no show da Grande BH e, mesmo não se tratando de uma noite fria, também não é possível afirmar que foi intenso como os fãs esperavam – morno é uma palavra adequada para definir o clima no Mega Space neste sábado, 2, em uma noite cercada por transtornos, falhas estruturais e atrasos causados por manifestações na MG-20, que interromperam o acesso ao espaço.

 

Veja mais fotos do show do Red Hot Chili Peppers no Mega Space!

A banda abriu os trabalhos com a rápida ‘Can’t Stop’, que colocou a multidão rapidamente no clima do show. A primeira parte seguiu cheia de energia, principalmente em momentos como ‘Otherside’, um dos maiores hits da banda. Mas a sintonia entre Anthony Kiedis e o público não durou tanto. Em canções menos conhecidas como ‘Snow’, a plateia quase se calou e os músicos demonstraram um certo cansaço. Até mesmo em sucessos clássicos como ‘Under The Bridge’ a energia da banda parecia um pouco esgotada, ainda que entre uma música e outra a disposição do Red Hot Chili Peppers parecia maior em intervenções instrumentais – talvez o momento da apresentação em que a banda mais se divertiu.

Ainda assim, o show teve o seu auge com ‘By The Way’, com os fãs cantando em voz alta e quase abafando o próprio Kiedis. Depois dessa, a banda se despediu do palco pela primeira vez, sem muita cerimônia.

Na volta do bis, a intervenção foi com uma percussão com cuíca e toques brasileiros, para logo em seguida Flea retornar ao palco andando de bananeira e puxando as primeiras notas de baixo para ‘Around The World’. Para encerrar, a clássica ‘Give It Away’ satisfez o gosto dos fãs mais antigos, ainda que o setlist tenha tido ausências notáveis como ‘Scar Tissue’, ‘Aeroplane’ e ‘The Zephyr Song’. A esperança é de que o grupo não demore para voltar às terras mineiras, e de que a próxima vez não seja cercada de tantos percalços e imprevistos.

Yeah Yeah Yeahs

O trio novaiorquino Yeah Yeah Yeahs subiu no Palco Circuito às 21h50 e apresentou aos mineiros ‘Mosquito’, quarto disco da carreira de Karen O, Nick Zinner e Brian Chase, lançado em abril deste ano.

Animada e vestindo uma camisa em homenagem ao conterrâneo Lou Reed, falecido recentemente, a vocalista Karen O arranhou até mesmo um “obrigada”, logo no início da performance. Em 50 minutos de show a banda – desconhecida do grande público – mostrou faixas como ‘Maps’, ‘Y Control’ e ‘Sacrilege’, mas não conseguiu animar o Mega Space. Os fãs queriam saber mesmo é de Anthony Kiedis e companhia, que não viriam a tardar para subir nos palcos.

Transtornos na organização

Não foram apenas os problemas no caminho que causaram transtorno para o público que foi ao Circuito Banco do Brasil, no Mega Space. Depois de sofrer com o bloqueio no acesso da MG-020 devido a uma manifestação que interditou a via, muitos fãs chegaram atrasados e perderam a chance de ver suas bandas favoritas. A supervisora de marketing Mariana Nunes contou que saiu de casa às 19h e só conseguiu chegar depois de 21h, a tempo de ouvir um pouco do show do Rappa. “Uma pena, eu queria ter visto o Jota Quest. Perdemos metade dos shows”, lamentou.

Além do atraso, problemas na estrutura do evento também prejudicaram o bem-estar do público. Com apenas dois pontos de banheiros químicos para 40 mil pessoas, com 380 cabines no total, muita gente sacrificou uma parte da noite para fazer suas necessidades. E além da falha na organização em dimensionar os banheiros em relação aos presentes, outro erro foi não manter a ordem – foram muitas as reclamações de pessoas furando a fila. “O pior de tudo é que depois de ficar mais de uma hora na fila, ainda vem um monte de mal-educados e furam”, desabafou a advogada Isabela Andrade.

Além dos banheiros, outro problema enfrentado pelo público foi a alimentação. “Estou aqui a quase uma hora e o pior é que não é possível comprar com o cartão. Como eu não trouxe dinheiro, tive que pegar emprestado para comprar as fichas”, disse a estudante Manoela Diniz, que também reclamou que além de cartões não serem aceitos como forma de pagamento, não havia caixas eletrônicos no local. A estudante Isabel de Carvalho Marques, de 18 anos, também enfrentou problemas na fila da comida. “A organização do evento está muito ruim, estou há 45 minutos na fila para comprar um macarrão”, desabafou a jovem. “E o pior é que não tem ninguém para direcionar a fila, para organizar o pessoal”, completou.

Outro desafio encontrado por quem se aventurou nos estandes de alimentação foi ao trocar o dinheiro por fichas – essas eram aceitas nos bares, mas não com os vendedores ambulantes no evento.

Os transtornos também foram problema na saída e na entrada do evento. Longas filas para troca de ingressos atrasaram a entrada de muitos e a saída foi prejudicada pelo fluxo de pessoas em uma rampa afunilada.

Em nota, a organização do evento informou que a estrutura do evento contou com 380 banheiros químicos, sendo quatro para Portadores de Necessidades Especiais (PNE). O espaço também incluiu duas áreas de alimentação, além de quiosques com vendas de cerveja e estandes da Cup Noodles, marca de macarrão instantâneo.

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