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Beyoncé esbanjou vozeirão e suingue na primeira noite do Rock in Rio

Show da cantora americana foi ápice da primeira noite do festival

Agência Estado

Show de Beyoncé foi ápice da primeira noite do Rock in Rio
Batidas marciais, piscadelas a Michael Jackson e um sexy “I love you Rio”, acenderam o show de Beyoncé no ápice de primeira noite de Rock in Rio. Entre as grandes turnês que passam por aqui, é a melhor, com o vozeirão da diva em destaque, sempre nos lembrando que Beyoncé tem tanto talento quanto tem corpo.


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O que, apesar de toda perfeição associada à cantora (sucesso, beleza, um casamento feliz com um dos maiores rappers de todos os tempos, Jay-Z) consegue humanizar a figura de Beyoncé, diferenciando o seu show de rígidas e photoshopadas turnês como as de Katy Perry e Rihanna. “É um sonho estar aqui”, disse, em carregado sotaque afro-americano, após uma bela versão de End of Time, com uma coreografia de movimentos bruscos e sensuais, como o início de Smooth Criminal, de Michael Jackson (marcando o ritmo nas coxas, a cantora faz mais para incendiar uma multidão do que um poperô de David Guetta).

É difícil encontrar algum defeito na progressão de The Mrs. Carter Show, turnê que leva o sobrenome de Jay-Z (Shawn Carter), marido da cantora. Beyoncé esbanja suingue, e consegue manter uma aura digna mesmo ao rebolar em sincronia com suas dançarinas. O molho afro, maior responsável pela movimentação inconsciente de quase todos os quadris nesta primeira noite de Rock in Rio, é presença constante, em diversas permutações rítmicas.

As batidas são o resultado de colaborações entre craques como André 3000, Kanye West, The Dream. Dão ao show um fluxo mais elegante do que o que estamos acostumados, por serem a diáspora de diversos estilos de música negra que deságua sobre a contemporaneidade do hip hop. Ouvimos pedaços de Human Nature, de Michael Jackson, Love to Love You, de Donna Summer, e hip-hop impiedoso.

A velha dúvida do playback sempre surge em situações destas, mas como provou em cadeia nacional ao cantar o hino americano após dúvidas sobre sua apresentação no Super Bowl deste ano, a voz é realmente tudo o que escutamos no disco.

E assim continua, por quase duas horas, mais uma volta olímpica de Beyoncé ao consolidar sua supremacia performática. Há algo de destemido, vitorioso nesta sagração de Queen B (como a chamam seus fãs), que parece dizer que não há limites para o sucesso. A forma física é impecável, a beleza é estonteante, um sorriso de 24 quilates e uma voz de melismas impecáveis consolidam uma fórmula pop esculpida à perfeição por Beyoncé em seus últimos discos. Isto, mesmo com uma set list com tantos lados B quanto hits, que vai de batidas arrastadas à voz e violão sem parcimônia e sagazmente coloca os sucessos açucarados em momentos estratégicos.