Mineira de Cataguases, na Zona da Mata, Maria Alcina se prepara para comemorar 40 anos de carreira, iniciada na verdade no Festival Internacional da Canção, em 1972. Graças ao sucesso e apelo popular de 'Fio Maravilha', de Jorge Benjor (então Ben), com a qual concorreu, ela acabou levando a menção honrosa do júri popular do festival, cujos vencedores oficiais foram Claudia Regina e Tobias cantando 'Diálogo', de Baden Powell.
Daquela noite em diante, no entanto, a dona de timbre grave e aveludado jamais seria a mesma, transformando-se na intérprete de peso, requisitada para projetos especiais em todo o país. “Minas Gerais é onde tudo começa. É a minha plataforma, no caso, o início de carreira em Cataguases, onde convivi com artistas e poetas. Por causa disso saí para ganhar o Rio e o Maracanãzinho”, diz, lembrando o sucesso de 'Fio Maravilha', que extrapolou as fronteiras.
Apesar da experiência de palco, o formato talk show é novidade para Maria Alcina. Principalmente no que diz respeito à relação com o público. “Às vezes, a gente vai trabalhar e não tem ideia da curiosidade que as pessoas têm da vida da gente”, admite a intérprete, salientando o fato de os fãs se mostram curiosos em relação a algumas passagens da vida da artista, que no caso será entrevistada pela jornalista Malluh Praxedes. E entre um sucesso e outro, 'Confete e serpentina', 'Roendo as unhas', 'Regador', 'Cataplã', 'Tampa preta', 'Cachorro vira-lata', 'Kid cavaquinho' e, naturalmente, 'Fio Maravilha'.
Novo disco Residente em São Paulo desde 1980, Maria Alcina lembra que mesmo estranhando a grandeza da cidade ela se adaptou bem à metrópole. “No começo achei tudo muito grande. Aí fui trabalhando, fazendo, vivendo”, acrescenta, admitindo que, além de mercado de trabalho a cidade tem vida própria. “São Paulo é o mundo”, resume a artista, que grava o novo disco sob produção de Thiago Marques Luiz, recorrendo novamente a Jorge Benjor ao incluir no repertório 'Sem vergonha', que o compositor fez para ela gravar originalmente em 1990.
SALVE RAINHAS
Sábado e domingo, às 19h, na Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta). Ingressos entre R$ 2,50 e R$ 5, à venda 1h antes do show, na bilheteria da Funarte. Lotação: 140 lugares. Informações: (31) 3213-3084.