Musica

Zeca Pagodinho comemora 30 anos de samba com festa em BH

Músico se apresenta no Chevrolet Hall no próximo sábado

Walter Sebastião

Aos 54, cantor leva seus sucessos ao palco do Chevrolet Hall, no sábado

Zeca Pagodinho – a melhor tradução da alma popular do Brasil – está de volta a Belo Horizonte. Amanhã, no Chevrolet Hall, o carioca vai comemorar no palco seus 30 anos de carreira. O repertório traz uma penca de sucessos e clássicos, entre eles Aquarela brasileira (Silas de Oliveira), Diz que fui por aí (Zé Kéti e Hortênsio Rocha), Samba pras moças (Grazielle e Roque Ferreira) e Judia de mim (parceria dele com Wilson Moreira).


Econômico em suas declarações, o artista continua avesso a falar da própria música. Mas não esconde que está feliz com a celebração dessas três décadas de ofício. “É muito bom ter uma carreira. Até porque não sei como ela foi feita, simplesmente aconteceu. A vida me empurrou nessa direção”, garante Zeca, de 54 anos.

Filho de seu Jessé e dona Irinea, Jessé Gomes da Silva Filho nasceu no Irajá e foi criado em Del Castilho, na Zona Norte carioca. Desde criança, frequentou rodas de samba. “Sempre tinha um violão, às vezes um instrumento de sopro e até um regional. Menino, cantava as músicas na minha mente, escondido”, revela, contando que Arlindo Marques Júnior, parente distante do pai, é um dos autores de Abre a janela.

Madrinha O primeiro sucesso de Zeca veio em 1983, no disco Suor do rosto, da madrinha Beth Carvalho. Já conhecido como Zeca Pagodinho, assinou com Arlindo Cruz Camarão que dorme a onda leva. Em 1985, destacou-se na coletânea Raça brasileira, que trazia Bagaço da laranja. O primeiro disco solo, batizado com seu nome, veio em 1986. Lá estavam Coração em desalinho e Quando eu contar (Iaiá), entre outras. Desde então, são 25 discos, cerca de 10 milhões de cópias vendidas e quatro prêmios Grammy na estante.

“O samba é o maior movimento cultural do Brasil”, afirma Zeca. “O país tem criadores em todos os lugares: Recife, Espírito Santo, Bahia, Manaus... No Rio de Janeiro, mais ainda. Conheço vários compositores mineiros” acrescenta, citando o belo-horizontino Fabinho do Terreiro, de quem já gravou música.

Nem adianta perguntar o autor favorito de Zeca. O carioca afirma que gravou e dedicou projetos a vários mestres, como Ary Barroso, Noel Rosa e Braguinha.

Capricho O novo show foi montado para um astro do samba. Tem cenário inspirado no Rio antigo (de May Martins), figurinos caprichados (de Juliana Maia) e iluminação especial (de Carlinhos Nogueira). O repertório – gravado em CD e DVD – traz clássicos como O sol nascerá (Cartola e Elton Medeiros) e Pimenta no vatapá (João Nogueira e Cláudio Jorge), além de músicas que viraram hit na voz de Zeca: Maneiras, O dono da dor, Brincadeira tem hora, Vou botar teu nome na macumba, Caviar, Verdade e Deixa a vida me levar. A banda Moleke acompanha o cantor e compositor.

Depois do show em Belo Horizonte, Zeca Pagodinho parte para os Estados Unidos. Vai se apresentar em Nova York e em Las Vegas, onde canta em 7 de setembro para comemorar o Dia da Independência. De volta ao Brasil, ele segue com a turnê para várias cidades do país.

ZECA PAGODINHO - 30 ANOS DE CARREIRA

Data: Sábado, às 22h.

Local: Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro, 

Ingressos: Mesa: R$ 600 (setor 1) e R$ 520 (setor 2). Arquibancada: R$ 100 (inteira)  R$ 50 (meia-entrada).

Informações: (31) 3209-8989.