Musica

Móveis Coloniais de Acajú alça voo nacional no novo disco

A maturidade sonora aparece abusando dos gêneros e estilos, provocando um trabalho atípico, propositalmente diferente dos anteriores

Correio Braziliense

Após quatro anos, banda lança novo disco
“Outro dia estava vendo uns vídeos da gente tocando nas ruas. Cara de adolescente. Pareceu distante. Agora, estamos aqui, músicos profissionais, fazendo música e pagando as contas.” Sem querer, o vocalista do Móveis Coloniais de Acaju, André Gonzales, resumiu a trajetória que os trouxeram “de lá, até aqui”, justamente a expressão que nomeia o novo trabalho, nas lojas a partir de amanhã. Fim de um jejum de quatro anos, mesmo período que separou o primeiro disco, 'Idem' (2005) de 'C_mpl_te' (2009).

'De lá até aqui' promove um rito de passagem simbólico. Como se registrasse a transição do púbere para o adulto, do acadêmico para o graduado, da garagem para o estúdio. Resultado de uma jornada que se perpetua há 15 anos e que agora se consolida sob a tutela de instrumentistas essencialmente brasilienses e profissionais. “Vivemos disso. Encontramos nosso lugar e assumimos quem somos”, reiterou André.

A maturidade sonora aparece abusando dos gêneros e estilos, provocando um trabalho atípico, propositalmente diferente dos anteriores. Entre as 14 faixas que compõem o álbum, surgem uma homenagem ao rock oitentista de Brasília, influências de Beatles e elementos da disco music dos anos 1970. Eclético, porém harmônico. Os instrumentos ganham espaço e a destreza dos 10 integrantes fica mais nítida (e ousada), como a voz grave e peculiar de André. Cuidados lapidados pelos atenciosos músicos e por uma produção nacional disposta a apostar todas as fichas na banda.