
Neil Armstrong pisou na Lua em 1969. Rocket man foi lançada três anos mais tarde, ainda em plena corrida espacial. No entanto, a inspiração maior foi o conto sic-fic “The rocket man”, de Ray Bradbury. A canção foi produzida por Gus Dudgeon, que trabalhou com David Bowie em Space oddity. Lógico que não faltou gente dizendo que Elton tentava copiar Bowie. Quando Elton se apresentou na então União Soviética, em 1979, ela foi nomeada Cosmonaut.
2 – Bennie and the jets
Elton John mostra ao mundo que, além de David Bowie e Gary Glitter, ele também faz parte do glam rock (roupas, óculos, perucas e afins desse período que o digam). Bennie... foi descrita como uma deusa rocker sci-fi. Nesse mundo roqueiro-futurista, George Orwell é referência imediata, assim como o fotógrafo Helmut Newton e filmes de Stanley Kubrick. O vocal cheio de falsetes de Elton John é a tentativa dele de soar como Frankie Valli, de quem era grande fã.
3 – Candle in the wind
Bernie Taupin queria escrever sobre a fama. Inspirou-se em texto sobre Janis Joplin. Marilyn Monroe ganhou um tributo nessa balada – “Goodbye Norma Jean”, diz o primeiro verso –, ainda que o autor diga que a canção poderia ser também sobre James Dean, Jim Morrison, Kurt Cobain ou Virginia Woolf, artistas que morreram tragicamente. Com a morte da princesa Diana, em 1997, a canção foi reescrita – o mundo inteiro cantou “Goodbye english rose”. O single foi produzido por George Martin e Candle in the wind versão 1997 virou hit.
4 – Tiny dancer
Em 1970, Bernie Taupin acompanhou Elton John em sua primeira turnê pelos EUA. Ficou impressionado com as garotas da Califórnia. Durante a viagem, conheceu Maxine Feibelmann, que se tornou sua primeira mulher (há quem diga que ela seria a “garota de jeans/ Senhora de L.A./ Costureira da banda” dos versos iniciais). Incluída na trilha do filme Quase famosos (2000), a canção renasceu quase 30 anos depois de lançada. A repercussão foi maior do que na época de seu lançamento.
5 – The bitch is back
Elton John é a bitch de que fala o título, não há dúvidas. Num dia em que ele estava de péssimo humor, Maxine, mulher de Taupin, teria dito: “The bitch is back (a cadela está de volta)”. O termo, por sinal, foi responsável por fazer com que as rádios demorassem a tocá-la. Mas, quando a música vingou, todas tiveram que fazê-lo – algumas emissoras introduziram efeitos sonoros no momento da palavra bitch, repetida inúmeras vezes.
6 – Don’t let the sun go down on me
Fortemente influenciada pelos Beach Boys (Brian Wilson é um dos ídolos de Elton John), tanto que Carl Wilson e Bruce Johnston fizeram vocais junto à cantora Toni Tennille. A ideia geral da balada é passar a ideia de perdão, pois o narrador implora, de maneira melodramática, pela volta do amor perdido. Típica canção que cresce em apresentações ao vivo, foi quase surrupiada por George Michael depois de seus duetos com Elton em 1985 (no Live aid) e em 1991.
7 – Daniel
Hit do álbum nomeado como resposta à brincadeira que Groucho Marx fez com Elton John numa festa. O músico teria dito: “Não atire, sou apenas o pianista!”. A balada se inspirou na Guerra do Vietnã. Na letra de Taupin, Daniel seria um veterano que voltou cego do conflito. Tratado como herói em casa, não conseguiu retomar a antiga vida e resolveu ir para a Espanha. Quando compôs a música, Elton tirou a última estrofe – que explica boa parte dessa trama –, pois achou a canção muito longa.