Céu e Curumin dividem palco em shows na capital mineira

Dupla renova parcerias e apresenta os discos Caravana sereia bloom e Arrocha ao vivo

por Mariana Peixoto 17/08/2012 09:11
Renan Costa Lima/Divulgação
Céu mostra músicas de Caravana sereia bloom depois do sucesso de Vagarosa (foto: Renan Costa Lima/Divulgação)
Parceiros há muito – ele não só gravou com ela, como também tocou em sua banda até bem recentemente – Curumin e Céu são atração do sábado, 18 de agosto, no Sesc Palladium. Cada um com seu próprio show, os dois lançam seus terceiros discos, Arrocha e Caravana sereia bloom, respectivamente. Podemos esperar um encontro no palco? “Ainda não combinamos nada, mas provavelmente vamos fazer alguma coisa”, afirma Curumin.
Uma das mais incensadas cantoras da nova safra, Céu, em seu novo disco, três anos depois do festejado Vagarosa, promove algumas experimentações por meio de canções bem construídas e algumas vinhetas. Influenciado pela música de Norte e Nordeste, foi produzido por Gui Amabis e traz, além de músicas autorais, regravações de Nelson Cavaquinho (Palhaço, esse gravada com o pai, Edgard Poças) e Lloyd Robinson e Glen Brown (You won’t regret it). O trabalho é também prolífico em participações, como as de Jorge du Peixe, da Nação Zumbi, e do próprio Curumin, que gravou bateria em algumas faixas.
Arrocha, ainda que seja uma continuidade de JapanPopShow (2008), apresenta novo caminho para a música de Curumin, cantor, compositor, baterista e produtor. Praticamente tudo foi gravado em seu estúdio caseiro. “Foi uma opção estética mas o fator econômico também pesou muito. Hoje, o valor de um disco é baixo, você quase não consegue vender, então não se pode gastar muito para fazer. Se gravar com orquestra, sessão de metais, isso demanda um gasto gigante. Então, tive que criar opções para baratear a produção.”
Fernando Eduardo/Divulgação
Curumin gravou praticamente tudo de Arrocha em seu estúdio caseiro (foto: Fernando Eduardo/Divulgação)
A opção caiu na eletrônica. Mas nada gratuito, diga-se de passagem. “Para gravar um instrumento acústico, você tem que ter um microfone bom, uma placa de som boa. Como eu não tinha nada disso, com a eletrônica pude tirar os melhores recursos do computador. Além disso, gosto muito de programação, de música feita por máquina, hip-hop, Kraftwerk, experimentalismo alemão.” Esse é o clima de Afoxoque, que abre o álbum e, com a participação de Otto nos vocais, brinca com a música brasileira e os efeitos eletrônicos. Selvage é outra para cima, mais suingada que a anterior.
O clima, no entanto, vai se diversificando. “Com o disco feito em casa, tive mais tranquilidade, pois não havia um relógio gritando para acabar. Pensei o disco como se fosse um filme. Fiz todas as bases, fui montando e, conforme precisava, ia colocando outras músicas”, continua Curumin, que não economizou nas vinhetas. Uma delas, que entrou depois que a maior parte do material havia sido gravada foi Passarinho, de autoria do MC Russo PassaPusso, da Bahia. “Quando ele me mostrou essa música, fiquei tocando ela ao violão durante dias em casa. Como faltava uma música mais melódica, mais aérea, resolvi gravá-la”, continua.
No palco, no entanto, o clima será mais orgânico do que no disco. Pela primeira vez, Curumin está tocando com um trio de rock (baixo, guitarra e bateria). “Ainda estou tentando criar isso dentro da banda, mas a ideia é aumentar a capacidade de improvisar e ir para qualquer lugar”, conclui ele, que no show de sábado inclui canções de seus trabalhos anteriores, Achados e perdidos (2003) e JapanPopShow. Ouça a faixa Afoxoque, de Curumin: Assista ao vídeo da canção Retrovisor, de Céu:
CURUMIN E CÉU
Sábado, 18 de agosto, às 21h, no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3214-5350. Ingressos: 
Plateia 1 – R$ 50 e R$ 25 (meia); 
plateia 2 – R$ 40 e R$ 20 (meia); 
plateia 3 – R$ 30 e R$15 (meia). 

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