Curumin lança disco que convida o público a se envolver por inteiro com os ritmos

Linguagem eletrônica entra na cena para dar mais pegada ao CD, batizado de Arrocha

por Eduardo Tristão Girão 07/05/2012 10:08
Fernando Eduardo/Divulgação
Curumin faz shows de lançamento de Arrocha dia 11, em São Paulo, e dia 26, no Rio. Em BH, a previsão é para julho (foto: Fernando Eduardo/Divulgação)
  
Ritmo tipicamente nordestino, o arrocha é dançado por gente que quase se entrelaça na pista. E flerta com o brega. Entretanto, não tem nada a ver com o terceiro disco de Curumin, batizado simplesmente de Arrocha e recém-lançado na praça. Ou tem, de acordo com o próprio artista: “Esse trabalho tenta envolver o ouvinte com força, trazendo ele para perto. Não é música para ouvir com o ouvido, mas com o corpo todo”.
Pode ser pretensão além da conta, confessa ele, mas é seu objetivo com o novo álbum. Por isso, teve especial atenção com a programação eletrônica. “Quis que o disco tivesse mais pegada, mais peso. Daí a procura pela linguagem eletrônica, com graves mais pesados e som mais comprimido”, explica Curumin, que assina Arrocha com Lucas Martins e Zé Nigro.
É o que se verifica nas três primeiras faixas: Afoxoque, Selvage e Trema terra. Enquanto Lucas e Zé assumem, respectivamente, baixo e programação eletrônica, Curumin se desdobra entre a bateria, o cavaquinho e o microfone. Completa a banda de base o baterista Marcelo Effori. À exceção de Zé Nigro, todos trabalharam com samplers.
São 13 canções com significativo reforço eletrônico e sem descuidar da musicalidade. Com arranjos bem trabalhados e notável trabalho com timbres. Ótimos exemplos são as faixas Acorda e Doce, esta segunda um reggae cuja introdução parece ter sido extraída de disco de décadas atrás. O vocal ora remete à tradição do rap, ora é canção popular brasileira sem sustos – como na ótima Passarinho.
Aliás, dessa última participa Marcelo Jeneci, com atuação de alto nível, como de costume. Ele adorna a canção com competência em teclado cujo som beira o kitsch. Além dessa, outras aparições de destaque ficam por conta da cantora Céu (Vestido de prata) e de Gui Amabis nas programações eletrônicas de Pra nunca mais.
“Toco no disco com a mesma galera que faz os shows comigo. Sobre as participações, chamamos a Céu para ter umas respostas para a voz principal e uns backing vocals diferentes e o Jeneci para dar texturas à música. Já o Gui veio porque sabemos da habilidade dele com arranjo de cordas”, conta Curumin. Cordas sintetizadas, é claro.
Filme Quase todas as canções foram escritas pelo próprio artista e, além delas, há algumas espécies de vinhetas com cerca de dois minutos cada. São elas BlimBlim, Sapo cururu e Tupanzinho guerreiro, todas praticamente instrumentais.
“Montei a ordem das músicas antes mesmo de acabar o disco. Foi quando percebi o que faltava e chequei as junções entre as músicas. Assim, saquei a lógica do disco, meio como montar um filme mesmo. Aí surgiram músicas como Vestido de prata, que é mais alegre e leve, e Passarinho, mais melódica e etérea. As vinhetas entraram por conta dessa lógica de contar uma história”, justifica.
O show de lançamento do disco será dia 11, no Sesc Pompeia, em São Paulo. Dia 26, Curumin se apresenta no Estúdio RJ, no Rio de Janeiro, e a previsão é que Belo Horizonte seja contemplada com seu show em julho. Um mês antes, ele embarca para turnê pelos Estados Unidos, país onde já se apresentou pelo menos outras cinco vezes.

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