Pela primeira vez, Tunai grava disco para reunir todas as canções que marcaram seus 30 anos de carreira

Além dos hits, o CD Eternamente traz composições dedicadas à mulher e à família

Ana Clara Brant 05/09/2011 08:18
José Luiz Pederneiras/divulgação
Finalmente, agora esse projeto se concretizou,Tunai Cantor e compositor (foto: José Luiz Pederneiras/divulgação)
Certas canções, Frisson, As aparências enganam e Rádio Experiência são sucessos do cantor e compositor mineiro Tunai, de 60 anos, e estão no CD Eternamente…, batizado com o nome de uma canção do artista de Ponte Nova. Das 17 faixas, apenas três são inéditas. Pode parecer estranho um álbum recém-saído do forno estar recheado de hits antigos, mas Tunai tem a resposta pronta. “Nunca consegui reunir em um disco as canções que mais marcaram a minha carreira. Estavam todas dispersas em LPs. Finalmente agora, completando 30 anos de estrada – data emblemática –, esse projeto se concretizou”, explica.

Depois de várias tentativas de realizar o sonho, seja por falta de incentivo ou questões burocráticas, Tunai finalmente entrou em estúdio. Durante seis meses, de um jeito bem mineiro, gravou o CD. O trabalho conta com participações especiais de Milton Nascimento, que ele carinhosamente chama de “The Voice”, Zélia Duncan, Simone, Jane Duboc, Patrícia Mellodi e Jorge Vercillo. Sem falar em sua Banda T e no time de instrumentistas: Wagner Tiso (piano e parceiro nos arranjos), Carlos Malta (sax e flauta), Robertinho Silva (bateria e percussão), Victor Biglione (guitarra), Jurim Moreira (bateria), João Baptista (baixo) e Luiz Alves (baixo).

“É a primeira vez que releio a minha obra no estúdio. Brinco que fiz isso com a calma do Bituca. Dediquei-me ao disco durante seis meses, revia cada música. Era muita ralação. Acho que me aperfeiçoei como cantor, e isso está presente no CD. Fiz questão de reunir muita gente bacana. Estou hiper, megafeliz com o resultado. O nome diz tudo: Eternamente, para eternizar minhas canções”, ressalta.

Além dos sucessos de três décadas de carreira, o disco traz três inéditas: Regina, dedicada à esposa; Daniela, em homenagem à filha; e Manutenção. “Sou casado há 30 anos e por isso fiz a música para a minha mulher. Já havia feito uma canção para o meu filho, a filha merecia outra. Já Manutenção fala do meu dia a dia, de minha vida dentro de casa, cuidando de tudo”, explica.

Em outubro começa a turnê de lançamento do disco. A primeira parada é o Teatro Rival, no feriado do dia 12, no Rio de Janeiro. Em seguida, o cantor e compositor segue para o Tom Jazz, em São Paulo. Em Belo Horizonte, ele deve fazer show no fim de novembro. “Pretendo rodar o país, principalmente em 2012. Se Deus quiser, vou gravar o primeiro DVD da minha carreira, complemento desse CD. A ideia é fazer um grande show para essa gravação”, revela.

TRAJATÓRIA Tunai, batizado José Antônio de Freitas Mucci, é irmão do cantor e compositor João Bosco. Trocou a engenharia pela música depois de passar naquele que define como “o principal vestibular da vida: ser gravado por Elis Regina”. Em 1979, a cantora lançou no disco Essa mulher a canção As aparências enganam, parceria do mineiro com Sérgio Natureza, seu letrista mais frequente.

Mas vieram da mãe, dona Lilá, outra integrante do clã Mucci homenageada em Eternamente…, as primeiras noções artísticas. “Ela está prestes a completar 94 anos. Sempre cantou, tocava piano e violino até recentemente. Fiz questão de escrever um texto para ela no CD. Minha mãe acompanhou toda a minha carreira e o processo de gravação do novo álbum. Ligava todos os dias, acendia velas. Ela tinha que estar presente de alguma maneira neste trabalho”, conclui.

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