Concerto com finalistas do projeto Tinta Fresca revela a nova música erudita brasileira

por e Walter Sebastião 10/06/2011 07:00

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

CORREÇÃO:

Preencha todos os campos.
Eugênio Sávio/Divulgação
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se apresenta com regência do maestro Marcos Arakaki (foto: Eugênio Sávio/Divulgação)

Nesta sexta, 10 de junho, às 20h30, no Teatro Oi Futuro Klaus Vianna, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresenta um concerto diferente. Vão ser tocadas seis peças inéditas de jovens autores. E, ao final, será anunciado o escolhido entre eles para compor uma peça para a Filarmônica. O programa reúne as seguintes peças: Trails by a River (2007), de Alfredo Barros (PE); Continuum, de Marcus Siqueira (MG); Does the sea remember the walker upon it?, de Aurélio Edler-Copes(RS); Três poemas sobre a luz, de Vicente Alexim (RJ); Luz e sombra sobre tela de vidro, de Matheus Bitondi (SP); e Das cinzas, de Marcos Lucas (RJ).

Trata-se da terceira edição do projeto Tinta Fresca, idealizado por Fábio Mechetti, diretor artístico da Filarmônica, cujo objetivo é estimular a criação musical. O público, como conta Marcos Arakaki, regente do concerto, vai ver apresentação marcada pela diversidade de estéticas, desde obras mais convencionais até experimentação. Que levam assinatura de autores pouco conhecidos, mas com experiência em composição e estilo. A maior qualidade dos finalistas, aponta, é a inovação. “É música do nosso tempo, com todas as mazelas, concepções e propostas do mundo que vivemos”, observa, recomendando que se vá ao concerto de mente aberta..

“São novas mensagens, novas experiências, mostrando sons que as pessoas nem sabem que uma orquestra pode fazer. Ninguém vai sair do concerto como entrou”, afirma Marcos Arakaki. Prazer, num concerto com o perfil do Tinta Fresca, “é a possibilidade de fazer história”. Isto é: trabalhar com estreias, peças que estão sendo apresentadas pela primeira vez. Dimensão importante para músicos e para compositores. Primeiro por oferecer convívio com o cerne da criação musical, que é a composição. E, além disso, por ser chance de testar na prática ideias musicais que, muitas vezes, nem os criadores têm chance de saber como soam.

Marcos Arakaki situa o projeto Tinta Fresca no âmbito das várias ações desenvolvidas pela Filarmônica, que permitem que o grupo apresente muitas faces de seu trabalho musical. O regente não acredita que o espaço para a
música contemporânea esteja se expandindo. Toda movimentação em torno de jovens autores e renovação do repertório indica apenas que o processo musical tem continuidade ao longo do tempo, desde que haja “música nova e grupos modernos” tocando. “Sempre há nova geração de autores. Quem vai julgar o que fazem é o tempo, a história, não o intérprete. Nossa obrigação é tocar”, completa.

O vencedor do Tinta Fresca recebe encomenda de obra inédita para a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, a ser apresentada em 2012, pela qual vai receber R$15 mil. Em 2011 o projeto recebeu 29 inscrições e teve como júri os compositores Olivier Tony (SP), João Guilherme Ripper (RJ) e Silvio Ferraz (SP). No dia 16 de agosto, haverá apresentação da peça Aura, de Sérgio Rodrigo, a vencedora de 2010 do projeto. “O concerto com as finalistas já é um prêmio já que oferece aos compositores oportunidade de ouvir o que fazem tocado por grupo de grande qualidade, o que é raro”, conta Francisco César, produtor do evento.

Festival Tinta Fresca 2011
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, regência de Marcos Arakaki. Sexta-feira, 10 de junho, às 21h, no Teatro do Oi Futuro Klauss Vianna, Avenida Afonso Pena, 4.001, Mangabeiras (31)3229-3131. Entrada franca.

MAIS SOBRE MÚSICA