Demolidor 2: saiba mais sobre Justiceiro e Elektra, antes da estreia na Netflix

Personagens saem dos quadrinhos para o streaming em 18 de março

por Raquel Lima 07/03/2016 20:40



Cena 1: Fuzileiro de elite passeia no Central Park, com a mulher e os filhos, quando testemunha uma "queima de arquivo" da máfia. Acaba sendo marcado e toda a família alvejada. A esposa, o filho e a filha são assassinados. Cena 2: O embaixador grego nos Estados Unidos é feito refém por terroristas na Columbia University.

 

Apesar da filha dele ter contido os sequestradores, com a ajuda do namorado, acaba presenciando a morte do pai. Pelas mãos da polícia. Cenas dos próximos capítulos: os dois sobreviventes terão papel de destaque na segunda temporada de Demolidor, série original da Netflix que estreia em 18 de março.

Marvel/Reprodução
(foto: Marvel/Reprodução)
O homem se tornou o Justiceiro - personagem que tem potencial para ganhar muito mais espaço na leva de adaptações de HQs da Marvel para o streaming. São elas: Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro e Defensores. Só especulações. O único fato, até agora, é que Frank Castle chegará com bagagem própria ao segundo ano do título mais visto da Netflix em 2015 (com 11 dias em streaming, Demolidor era acompanhada por 4,4 milhões de assinantes).

Protagonista de três filmes nos anos 1990, dono de diversas revistas, inclusive pelo selo Max (chancela "proibidona" da Marvel que estreou com Alias, a revista de Jessica Jones), Frank Castle tem um passado com Matt Murdock, identidade secreta do Demolidor. Assim como a jovem grega descrita acima. Foi com ele que a moça, Elektra Natchios, se livrou dos terroristas. Foi ele seu grande amor, bem antes de ser uma temida ninja.

Jon Bernthal (The walking dead), escolhido para dar vida a Frank Castle, foi apontado pelo showrunner Steven DeKnight como o dono da mais fiel interpretação do Justiceiro já vista em live action. Para defender Elektra com arte marcial e sensualidade, a cambojana Elodie Yung. Conheça um pouco mais dos anti-heróis, levando em conta o histórico dos quadrinhos e nenhum spoiler dos sete primeiros episódios da segunda temporada - já liberados ao Viver.

Elektra
Marvel/Reprodução
(foto: Marvel/Reprodução)
Elektra Natchios é muito mais durona e dona da própria sexualidade do que a versão cinematográfica estrelada por Jennifer Garner, em 2005. E parece que a Netflix está disposta a fazer jus à Elektra do papa dos quadrinhos Frank Miller (autor de séries célebres como Sin City e Batman: The dark knight returns), apresentada ao mundo em 1981, na edição de número 168 de Demolidor. Aprendiz de artes marciais desde cedinho, para superar traumas do assassinato da mãe, Elektra demonstrou um talento natural para luta, mas nem pensava em ser ninja. Esse destino só tomou forma quando já era estudante de Ciências Políticas, nos Estados Unidos. Na renomada Columbia University, ela conheceu o aluno de direito Matt Murdock.

Elektra foi uma das primeiras pessoas a saber dos seus poderes. Os dois divagaram sobre casamento e filhos. O vício por adrenalina uniu os dois em um romance intenso, até o sequestro que culminou na morte do pai diplomata - alvejado pela polícia como um dos terroristas. De luto e completamente descrente na "ordem e progresso", Elektra deixa os Estados Unidos (e o namorado) e entra para um clã japonês de lutadores, mencionado pelo primeiro mestre marcial. Chaste era uma organização ninja mantida por Stick (sensei do próprio Matt na infância). O ponto é que Stick não confia nas emoções conturbadas de Elektra e para de treiná-la. Louca por aprovação, a ninja invade o clã inimigo, The Hand. A empreitada não apenas é infrutífera como termina com Elektra convencida pelos Hand a matar o primeiro sensei.

Muito sangue escorreu pelas lâminas das espadas gêmeas Sai de Elektra até ela decidir abandonar The Hand e ganhar a vida na América, matando por encomenda. Até que um trabalho a deixa cara a cara com um velho conhecido, Foggy - melhor amigo de Matt. E a faz mudar de carreira. A grande reviravolta de Elektra, no entanto, acontece pouco depois, pelas mãos do arquinimigo do Demolidor, Mercenário (Bullseye). O desfecho envolve até uma ressucitação de Elektra usando magia secreta dominada pela Hand. Como uma das criaturas favoritas de Frank Miller, Natchios não ficou morta por muito tempo, ganhou revista própria e compartilha arcos com o Justiceiro, Deadpool, Wolverine, S.H.I.E.L.D. Como diz uma de suas frases mais famosas: "Nem as estrelas estão a salvo".

Justiceiro
Marvel/Reprodução
(foto: Marvel/Reprodução)
Uma das versões para a gênesis do Justiceiro reza que, antes de existir o Frank Castle tenente das forças especiais, havia um seminarista, que desistiu de ser padre ao encarar a própria incapacidade de perdoar. A "tolerância zero" o leva a ser fuzileiro - com treinamento militar para terra, água e ar. Vai ao Vietnã - por onde fica por cerca de quatro anos. Para garantir tal permanência, muda o sobrenome de Castiglione para Castle.

 

Nada disso, no entanto, fez dele o Justiceiro. O ponto sem volta para o personagem, criado pelo roteirista Gerry Conway e pelo artista John Romita, foi um piquenique no Central Park. Ao fim do dia, Castle foi o único sobrevivente, mesmo tendo sido baleado na cabeça. A mulher e os filhos não tiveram a mesma sorte. Liberado da UTI, Frank denunciou os mafiosos e chegou a identificá-los à polícia - que, como na maioria das tramas da Marvel, estava “comprometida”.

Ao descobrir que os responsáveis pela morte da família não ficariam presos, Castle contemplou o suicídio. Só quando a casa em que estava explodiu e foi tido como morto, o Justiceiro começa a tomar forma. E a caveira, símbolo do luto e sede de vingança, foi pintada no antigo uniforme - fazendo jus ao nome original Punisher (aquele que pune, em inglês), saído da mente criativa do então editor Stan Lee. A primeira aparição de Castle foi na HQ Amazing Spider-Man #129, publicada em 1974. Ele tinha a missão de matar o Homem-Aranha, persuadido por Chacal. Como minissérie, Justiceiro - escrito por Mike Baron e desenhado por Klaus Janson - teve 104 números publicados, de 1987 a 1995. E ainda ganhou spin offs e até mesmo uma leva de revistas pelo selo Max. Tem participações importantes em gibis do Demolidor e Capitão América: Guerra Civil.

Em todos eles, o Justiceiro é dono de treinamento militar multidisciplinar. Tem habilidade excepcional de infiltração em território inimigo. Em termos de combate corpo a corpo, não é tão proeficiente quanto Demolidor ou Elektra. Sem esquecer as armas. Frank Castle praticamente tem uma assinatura sangrenta: atirar em rostos. Sua artilharia inclui rifles automáticos e semiautomáticos, armas de mão, granadas de gases e uma faca balística que lhe é muito "querida" - pois é capaz de atirá-la a grande distância. Sem errar. Se for fiel aos quadrinhos como na primeira temporada, o segundo ano de Demolidor deve derramar tanto sangue quanto The Walking Dead ou Game of Thrones. "Uma bala, uma morte".

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