Atriz de 'Pé na cova' relembra 'Sexo e as negas': ''Lamentável tanta polêmica''

Karin Hills, a Soninja, mantém mistério sobre destino dos personagens da série atual, que chega ao fim em abril

por Helvécio Carlos 06/03/2016 06:00
Pé na cova, uma das melhores séries da TV, está com os dias contados. O último episódio será exibido na primeira semana de abril. Os fãs já lamentam o fim de uma das séries mais bacanas da TV por reunir texto de excelente qualidade, direção afinada e um elenco de primeira. Mas nem por decreto o elenco comenta o que os autores prepararam para as personagens do Irajá.

 

“Estou sob o mesmo efeito da falta de memória de Soninja. Não me lembro de absolutamente nada do que aconteceu”, diverte-se Karin Hills, atriz que faz a personagem, que depois de um tempo na clínica do dr. Zóltan retornou na temporada desmemoriada. Soninja é negra e tem uma irmã gêmea branca, Giussandra (Karina Marthin).


Karin brinca e conta que, no caso dela, a vida imitou a arte. Assim como Soninja, a atriz também voltou ao seriado meio perdida. Por duas temporadas ela ficou longe do Irajá se dividindo entre O sexo e as negas, outra série de Miguel Falabella, e o musical Mudança de hábito, que ficou em cartaz por quase dois anos em São Paulo.

João Miguel Júnior/Divulgação
''O povo vai amadurecer e perceber que o buraco é muito mais embaixo'', afirma atriz (foto: João Miguel Júnior/Divulgação)
“Trabalhar em Pé na cova foi um grande privilégio. O texto do Miguel é incrível, abordou assuntos atuais e com olhar crítico. Foi um a honra participar do projeto desde o início.” A morte de Marília Pêra, a Darlene, que fazia par romântico com Ruço, personagem de Falabella, foi um grande choque para o elenco.


“Ficamos todos carentes. Marília é diva de grandeza mundial. Todos nós aprendemos muito com ela, que sempre dava toques bem legais. Com ela aprendi, por exemplo, a ser mais disciplinada”, aponta Karin, que também trabalhou com Marília no musical Alô, Dolly!


ALEGRIAS Se Pé na cova traz grandes alegrias para Karin, Sexo e as negas foi vítima do politicamente correto e saiu do ar. “Foi lamentável tanta polêmica. O povo vai amadurecer e perceber que o buraco é muito mais embaixo”, critica Hills, que considera que as questões raciais no Brasil são tensas e, em relação à autoestima, a cultura negra tem um longo caminho a percorrer.

Karin é taxativa. “Acima de tudo, o que falta no Brasil é educação, processo que começa em casa com os pais, depois na escola com os professores.”


Karin começou a carreira integrando o grupo Rouge, formado há 14 anos após o reality show Popstars. Mas, por enquanto, ela não pensa em voltar a cantar. “Hoje, minha maior vontade é atuar mais do que propriamente cantar. Quando o bichinho do teatro te pega não tem mais jeito”, garante.

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