No Brasil, a maior conquista dos direitos das mulheres foi a sanção da Lei Maria da Penha, em 2006. A lei cria mecanismos para coibir a violência doméstica e contra a mulher, como o afastamento do agressor do lar, a proibição do contato entre ele e a mulher agredida, além de penas maiores. O nome da lei é uma homenagem a mulher que sofreu violência em casa por 23 anos: o marido tentou matá-la duas vezes, mas Maria da Penha se tornou um símbolo da luta feminina no país.
Em 9 de março deste ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei do Feminicídio, que diminuiu a tolerância de crimes contra a mulher.
Embora o movimento que brigava pelo sufrágio feminino tenha começado já no século 19, muitos países só adotaram a igualdade nas urnas - tanto para votar quanto para ser votada - muito depois. Angola, Cabo Verde e Moçambique adotaram o sufrágio universal em 1975. Em Portugal, as mulheres só tiveram direito irrestrito ao voto a partir de 1976. Entre este ano e o final da década de 1990, outros oito países aderiram ao modelo. O Omã e os Emirados Árabes só liberaram as urnas para as mulheres em 2003 e 2006, respectivamente. No Kuwait, o sufrágio feminino foi liberado em 1985, retirado em 1999 e só voltou seis anos depois.
Na Espanha, até 1975, as mulheres casadas precisavam da autorização dos maridos para que pudessem trabalhar ou até viajar; a lei era chamada de permiso marital. O uso de contraceptivos no país só foi legalizado três anos depois. Em 1987, a Suprema Corte espanhola reconheceu que uma mulher não precisava provar que tinha tentado se defender em casos de estupro.
Mesmo com a conquista de direitos perante à lei, mulheres de todo mundo ainda sofrem com a desigualdade. Em 2012, a estudante paquistanesa de 15 anos Malala Yousafzai sofreu um atentado por parte do Talibã: a jovem lutava contra a proibição do grupo radical para que meninas não estudassem. Ela sobreviveu a três tiros e se tornou uma figura mundial. Dois anos mais tarde, foi reconhecida com o Nobel da Paz.