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'Os Simpsons' completam 25 anos de sucesso e polêmicas

A família disfuncional mais querida da telinha chega, em boa forma, a um quarto de século

Correio Braziliense

Produtores já confirmaram 26ª temporada de 'Os Simpsons'
Completar 25 anos no ar não é fácil, especialmente com uma audiência tão expressiva como a de 'Os Simpsons' — a mais longa série animada exibida em horário nobre dos Estados Unidos. Apesar de não ostentar mais a média de 27,8 milhões de espectadores da 1ª temporada nem os 13,5 milhões da 10ª, os atuais 5,7 milhões que os personagens amarelos detêm são números que fazem inveja a qualquer série de sucesso.


A maratona especial em comemoração ao 25ª aniversário, em agosto, atingiu cerca de 25 milhões de pessoas durante os 12 dias de exibição, o que se tornou um dos melhores números da história recente da Fox norte-americana.

Enquanto isso, a audiência de 2014 de 'Os Simpsons' na Fox Brasil é a maior da história da animação no canal. Em média, 18 milhões de pessoas por mês assistem a algum episódio deste que é o programa de maior audiência do canal brasileiro, segundo o Ibope.

O diálogo com temas atuais, a alusão direta a pessoas reais — incluindo políticos e celebridades — e os crossovers com outras animações mais recentes são alguns dos recursos para manter o show em constante diálogo com novas gerações. O episódio The Simpsons guy, em que os Simpsons visitam a família Griffin, foi assistido por 8,4 milhões de pessoas. A audiência foi 73% melhor do que a alcançada no capítulo de estreia do ano anterior dos protagonistas de Family guy .

Criação e influências

Nascido em 1954, o autor do desenho, Matt Groening, acabou convivendo com questões que se iniciaram a partir dos anos 1960 — como o desmembramento das famílias nucleares, o advento da pílula, do movimento feminista e, sobretudo, a Guerra do Vietnã — e que influenciaram na concepção da série.

“As problemáticas dos anos 1960 não são muito distintas das vivenciadas hoje, como divórcio e aborto. São debates que permaneceram, principalmente, no mundo ocidental, e que também colaboram para essa longevidade”, explica Alessandro de Almeida, professor de história do Instituto Federal Norte de Minas, pesquisador da série televisiva.

Priscila Harumi, autora do livro Guia de séries (um almanaque sobre os principais seriados dos últimos 25 anos), também aponta o humor ácido e o bom roteiro como pontos responsáveis pela longevidade do programa. “É uma atração muito bem escrita que abusa do politicamente incorreto. Além disso, as complexidades do personagem Hommer que são exploradas na trama fazem com que a atração se mantenha há tanto tempo no ar, analisa.”

A referência a diferentes países nos episódios também contribui para a identificação dos fãs estrangeiros. A mais recente temporada trouxe os Simpsons de volta às terras tupiniquins por conta da Copa do Mundo. Em 2002, o Brasil já havia sido citado no polêmico episódio O feitiço de Lisa, em que a filha mais velha resolveu ir ao Rio de Janeiro para ajudar Ronaldo, um órfão. O problema é que os dois capítulos foram considerados controversos por mostrar um Brasil estereotipado, com macacos circulando pelas ruas.

Enquanto nos EUA a voz de Homer Simpson é a do premiado comediante Dan Castellaneta, no Brasil, o personagem já teve três dubladores — Waldyr Sant’anna (1ª a 4ª temporadas, depois; da 9ª à 18ª), Júlio Cezar Barreiros (5ª à 18ª) e o atual, Carlos Alberto Vasconcellos, que assumiu o posto desde a 18ª temporada.

Para comemorar a data, a Fox Brasil exibe hoje, a partir das 21h30, dois dos episódios de maior audiência do seriado: 'Pranks and greens' e 'Lisa tira um “A”'.