Pelo menos 24 mil torcedores circularam pelo Expominas. Se no início da partida a lotação de 22 mil pessoas impedia que mais pessoas entrassem, foi só a Alemanha começar o show que a plateia minguou. Quando a dupla Humberto e Ronaldo subiu ao palco, por volta das 19h, restavam cerca de 16 mil, a grande maioria brasileira.
“Parece que eles entregaram o jogo”, comentou a assistente administrativo Aline Regina Deodoro. Ela e o companheiro Bruno Leonardo da Silva, técnico de informática, também saíram do Expominas bem antes do fim do jogo. “Eu sempre achei que a Alemanha ia ganhar. Tem mais time”, disse ele.
Vestindo a camisa da seleção colombiana graças a uma troca que fez com um torcedor daquele país, o carioca Francisco Ribeiro estava aliviado de, por fim, não ter conseguido ingresso para ir ao Mineirão. Ele veio para Belo Horizonte acompanhar um amigo alemão, este sim, no estádio vendo o passeio dos compatriotras. “A Seleção Brasileira de hoje já não é como as do passado. Tínhamos muitas estrelas e de uns tempos para cá parece que estão empurrando com a barriga”, opinou Francisco.
O consultor Walter Gonçalves aproveitou para rivalizar com a namorada, totalmente de verde e amarelo. Por cima da camisa da Seleção Brasileira ele vestia o uniforme branco dos alemães. Se tudo começou como uma homenagem à nacionalidade dos bisavós, virou torcida de verdade. “O futebol da Alemanha é muito mais bonito. Os caras jogam muito, mas confesso que esperava no máximo uns 3 a 1”. “Mesmo com esse resultado acho que a Copa já superou todas as expectativas. Também sabia que ia dar Alemanha e Holanda na final”, apostou Jennifer Policarpo.
COMEÇO ANIMADO
Os portões do Expominas foram pontualmente abertos às 11h, com a fila de torcedores quase dobrando o quarteirão para poder conferir a edição da Fifa Fan Fest que teve como atrações as duplas César Menotti & Fabiano e Humberto & Ronaldo, além do cantor João Kasak. A lotação máxima do espaço – 21 mil pessoas – foi atingida às 14h30.
Torcedores brasileiros eram maioria no local e entre os poucos estrangeiros estavam Andriy Samosian e dois amigos, todos eles ucranianos. Perambulando pela arena recém-aberta (mas já cheia), eles vieram conferir rapidamente o evento, pois estavam contando os minutos para seguir rumo ao Mineirão, onde tentariam comprar ingressos para o jogo do Brasil. “Estou sabendo que os ingressos estão muito caros. Pago até R$ 3 mil”, disse.
Igualmente animada era a turma de amigos que veio de Vitória, no Espírito Santo, para uma viagem bate e volta de ônibus. “Na nossa cidade é quase como se não tivesse Copa, parece outro país.Viemos para poder estar numa cidade-sede e sentir esse clima”, conta o servidor público Leonardo Casati, de 26, um dos seis do grupo.