Leia mais sobre gastronomia no Blog do Girão
Um ano depois da morte de Baiano, tudo parece continuar de acordo com a “cartilha” do fundador, que nasceu em Sergipe e chegou a BH em 1967, ano em que abriu o bar. O quadro de regras continua lá e a tarefa de preparar a carne serenada foi assumida por um de seus filhos, Anselmo. O ambiente é o mesmo: cadeiras de lata, banquinhos de madeira, mesas forradas com capa plástica verde, freezer horizontal e uma televisão sobre o armário de copos. Detalhe: o bar continua sem placa (dica: a fachada é de pedra).
Não há cardápio para ler à mesa; as pedidas são listadas num daqueles velhos quadros de boteco com letras de encaixar e em papéis colados na pequena estufa de petiscos.
Clássico da casa, a paçoca de carne serenada (R$ 20) tem lá os seus segredos, ensina ela: “Frito a carne, bato no liquidificador, pico o alho, torro mais a carne e misturo farinha temperada e comum. Não precisa bater em pilão, é só misturar até ficar uniforme”. Já a carne serenada com mandioca cozida e manteiga de garrafa, outro sucesso local, é vendida no peso (cerca de R$ 20, porção). “Igual à do meu pai, não fica, mas estou tentando. Estão falando que a minha parece com a dele, isso até me emociona”, revela Anselmo.
Sem dia fixo, dona Nair ainda prepara tira-gostos fora do comum, como pastel de couve- flor, farofa de fígado de galinha e almôndega de porco. Uma questão de sorte: sobre o balcão, a família mantém produtos que recebe da roça, como ovo caipira, queijo de minas e a curiosa rapadura de banana – tudo à venda. Para beber, há vários rótulos da cervejaria mineira Inconfidentes (a partir de R$ 18, garrafa de 600ml) e marcas industrializadas a R$ 7 ou R$ 8 (garrafa do mesmo tamanho). Cachaças a partir de R$ 3 (dose).
PITANGA Aos sábados e domingos, é possível reservar mesa no quintal da casa centenária que a família mantém em frente ao bar, debaixo de pés de pitanga, manga, goiaba, ameixa e carambola – bela pedida para dias quentes e ensolarados. Num dos cantos do terreno, há outra árvore curiosa, o biri-biri, cujos frutos pequenos, verdes, crocantes e azedos podem ser experimentados. O cardápio e o atendimento ficam a cargo do próprio bar, do jeito que o Baiano ensinou.
BAR DO BAIANO
Rua Iara, 912, Saudade. (31) 3467-2945 e (31) 99174-7257.