À La Folie, no São Pedro, promete 'descomplicar' a culinária da França

Casa ocupa o imóvel onde funcionou a Belo Comidaria

por Eduardo Tristão Girão 04/09/2015 08:20
Fotos: Leandro Couri/EM/D.A Press
Paleta de carpaccio, especialidade do Restaurante À La Folie (foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A Press)
É uma jogada arriscada, a começar pelo ponto. Recém-inaugurado no Bairro São Pedro, o restaurante À La Folie ocupa o imóvel onde funcionou a Belo Comidaria (casa que marcou a cidade em sua curta existência) e praticamente sem mudar a decoração. A proposta é outra – comida predominantemente francesa – e os cinco sócios (quatro franceses) nunca haviam pisado antes em BH. Como se não bastasse, acrescentaram a palavra “degustaria” ao nome da casa.


“Não queríamos chegar aqui para mostrar comida francesa complicada”, resume Pascal Signarbieux, um dos proprietários. Negociante de vinhos em seu país, ele diz ter se apaixonado pelo Brasil logo na primeira vez em que esteve aqui, em 2012, quando visitou Porto Seguro, na Bahia. Ouviu dizer que a capital mineira é conhecida como cidade-teste de novidades e resolveu investir. Entre os outros sócios está Thomas Brissiaud, o chef do estabelecimento, que passou pelo L’Atelier de Joël Robuchon, em Londres.

 

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A exemplo da Belo Comidaria, o À La Folie abre as portas com a proposta de atender o dia inteiro, do café da manhã ao jantar. Além de entradas, pratos e sobremesas, oferece itens como expresso (R$ 4,50), cappuccino (R$ 7), croissant (R$ 7,50), pão de chocolate (R$ 7,50), baguete (R$ 9, com manteiga e geleia) e waffle (R$ 14).

No caso dos pães e folhados, quase todos são importados da França e chegam pré-assados e congelados semanalmente à casa (a marca é Bridor). “É bem difícil fazer aqui pães com a mesma qualidade da França. Os ingredientes não são iguais. Testamos várias farinhas, inclusive as argentinas, mas não deu certo. Em geral, a massa ficava pesada. Em relação aos folhados, o problema é a manteiga que precisa ser usada na massa. Aqui, ela tem maior teor de água”, justifica Brissiaud.

PATO A formatação do cardápio foi um capítulo à parte. Inicialmente, os pratos foram pensados em versões menores, de maneira a estimular que, por exemplo, um casal consumisse quatro numa noite. “Tentamos estimular as pessoas a compartilhar a comida, mas não deu certo. Poucos entenderam a proposta”, diz o chef. Com isso, as porções foram recalculadas nas primeiras semanas para ficar compatíveis com o tamanho habitual. De toda forma, foi mantido o menu de sete etapas (R$ 120; individual).

Entre os pratos, todos individuais, estão clássicos como boeuf bourguignon com batatas na manteiga (R$ 33) e entrecôte com purê de batata e molho béarnaise (R$ 58), além de um curioso hambúrguer de pato com molho de alho assado, queijo minas e chips de batata baroa (R$ 42). As sobremesas são feitas no local: crème brûlée (R$ 17) e paris brest (massa fofa recheada com creme de avelã, R$ 20). Aviso: por estar vendendo bem (e “atrapalhando” os demais doces), o petit gâteau (R$ 20) deve sair do cardápio.

A carta de vinhos conta com cerca de 50 rótulos (a partir de R$ 69, garrafa), sendo 13 disponíveis em taça, nas versões de 60ml e 120ml (começando de R$ 10 e R$ 17, respectivamente). Todas as cervejas vêm da mineira Bäcker (long necks a R$ 12) e há 15 coquetéis (cada um a R$ 20, em média).

À LA FOLIE

Rua Orange, 67, Bairro São Pedro. (31) 3658-7497. Aberto de terça a sábado, das 8h à 0h; domingo, das 8h às 17h.

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