BH oferece ótimas opções para quem deseja variar cardápio na quaresma

Não se limitando ao bacalhau, casas da cidade servem tambaqui, olho-de-cão, piramutaba, pirarucu e pitangola

por Eduardo Tristão Girão 06/03/2015 08:00
Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press
Tereza, proprietária do Baltazar: atendimento e simpatia (foto: Gladyston Rodrigues/ EM/ D.A Press)
Esta não é mais uma reportagem sobre locais para comer peixes em Belo Horizonte durante a quaresma. É um guia para auxiliar os que querem variar, ou seja, pular o onipresente (e delicioso) bacalhau e duas das mais manjadas iguarias do tipo na cidade, salmão e tilápia. São tantas as opções, de rio ou mar, que não faz tanto sentido insistir, ano após ano, nas mesmas opções. O amazônico tambaqui? Tem. O globalizado atum? Também. O aristocrático hadoque, o nosso surubim, as sardinhas à moda lusitana? Sim, todos. Fora opções como xerelete, pitangola, olho-de-cão e batata-da-pedra, que casas mais especializadas costumam trazer do litoral com frequência.

>> Olho-de-cão com arroz de limão e espinafre refogado


Além desse peixe, o Atlantico (Rua São Paulo, 1.984, Lourdes; 31 3275-3384) trabalha também com pargo, badejo e sardinha. Um dos diferenciais da casa é o uso da parrila (idêntica às argentinas) para assar no calor das brasas a maioria deles. R$ 167 (para duas pessoas).

>> Costela de tambaqui na brasa com limão e molho tártaro

O Monjardim (Rua Curitiba, 2.076, Lourdes; 31 2555-2076) é um bar conhecido pela costela de boi, mas incorporou ao cardápio a de tambaqui, peixe muito popular nos estados do Norte. Sua carne gorda lhe confere sabor peculiar. R$ 11,90 (100g).

>> Pargo ao forno com chibé de milho e banana da terra na manteiga de garrafa

O peixe vem de fornecedor famoso por ter os pescados mais frescos do mercado. Para guarnecê-lo, a cozinha do Alma Chef (Rua Curitiba, 2.081, Lourdes; 31 2551-5950) recriou o chibé amazônico: farinha de milho no lugar da de mandioca, com ervas e umedecida com limão e água. R$ 142 (para duas pessoas).

>> Atum big eye com banana, verduras, picles de beterraba e castanha de baru tostada
Essa espécie de peixe é valorizada pela cor vermelha intensa, textura e maior teor de gordura. Por isso, no Trindade (Rua Alvarenga Peixoto, 388, Lourdes; 31 2512-4479) é servida mal passada, privilegiando seu frescor e características originais. R$ 79.

>> Linguado à dorê
O Xanadu (Rua Aimorés, 2.474, Lourdes; 31 9851-4240) é das mais antigas casas de pescados da cidade, aberta em 1988. Para esse prato, a guarnição é composta por purê de batata e arroz de brócolis e alho. R$ 75 (para duas pessoas).

>> Piramutaba assada no tandoor
Os chefs indianos do Maharaj (Rua Paraíba, 523, Funcionários; 31 3055-3836) elegeram esse peixe de água doce como o melhor para ser espetado e levado ao tandoor, forno cilíndrico típico. Especiarias entram no tempero e no molho de limão que o acompanha. R$ 23 (entrada).

>> Moqueca de pescada amarela
Esse peixe, encontrado em todo o litoral brasileiro, recebe no Alguidares (Rua Pium-I, 1.037, Sion; 31 3221-8877) tratamento à baiana. Vira moqueca com dendê e leite de coco, chegando à mesa com farofa, pirão e arroz. R$ 125,90 (para duas pessoas).

>> Pitangola “em porchetta” com brandade de palmito pupunha e molho de raiz forte
O chef italiano Raffaele Autorino, do Pecatore (Rua Sapucaí, 535, Floresta; 31 2552-1450), não entende por que esse peixe de mar (apreciado em seu país) não é popular por aqui. A posta branca e firme ganha crosta de ervas e limão, enrolada com pancetta e preparada na chapa. R$ 54 (individual).

>> Pirarucu com palmito, brócolis, cenoura e batata no azeite

O Peixe Frito (Rua Juiz de Fora, 1.242, Santo Agostinho; 3291-1046) parou de trabalhar com tucunaré, mas mantém a aposta em peixes de rio, como pintado, filhote e surubim, servidos fritos e a palito. Há também peroá e sardinha. R$ 32,90 (individual).

>> Badejo grelhado com camarão empanado e molho de camarão

Dos mais antigos no ramo, o Badejo (Rua Rio Grande do Norte, 836, Savassi; 3261-2023) tem estrutura própria de processamento e transporte de peixes e frutos do mar, trazidos da Bahia e Espírito Santo. O prato clássico da casa vem com arroz, pirão e purê de batata. R$ 236,80 (para três pessoas).

>> Hadoque pochê com batatas cozidas, aspargos e ovo pochê

O caro peixe de intenso sabor defumado vem da Noruega e é sinônimo da comida sofisticada de décadas atrás. Não por acaso, é preparado à moda antiga no Gomide (Rua Tomás Gonzaga, 189, Lourdes; 31 3292-4928), cozido em leite. R$ 125 (individual).

>> Arraia grelhada na manteiga de estragão com ravióli de batata doce

Talvez o Glouton (Rua Bárbara Heliodora, 59, Lourdes; 31 3292-4237) seja a única casa a servir esse peixe de textura e sabor delicados na cidade. Detalhe: o tubérculo usado no recheio da massa é cozido no uísque. R$ 57 (individual).

>> Surubim na brasa

A cor avermelhada do peixe que é a estrela do Surubim na Brasa (Rua Alagoas, 601, Savassi; 31 3261-9707) deve-se à pincelada final de molho de tomate e leite de coco antes de voltar para churrasqueira. Servido com arroz, batata na manteiga, pirão e maionese de ervas. R$ 85 (para duas pessoas).

>> Sashimi usuzukuri

O sushiman Hidemi Nakao, do Kazuki (Rua Marília de Dirceu, 170, Lourdes; 31 3317-0405), retira a barriga do pargo ou pescadinha para o sashimi e serve frito o restante do peixe inteiro.
A casa tem das maiores variedades de peixe branco de BH (cerca de 10 tipos). R$ 80 (para duas pessoas).

>> Sardinhas fritas com molho escabeche
No último sábado de cada mês, o Taberna Baltazar (Rua Oriente, 571, Serra; 31 3221-7361) prepara sardinhas na brasa, servidas com batatas ao murro, pimentões, azeitona e molho de azeite (R$ 44, quatro unidades). Se você perdeu o dia, pode pedi-las na versão frita, sempre disponível. R$ 38 (quatro unidades).

>> Vermelho com feijão fradinho
O chef Guilherme Melo ainda não definiu, mas talvez torne essa receita o próximo Prato da Boa Lembrança do Hermengarda (Rua Outono, 314, Cruzeiro; 31 3225-3268). É servido com minitomates, salada de rúcula e tapenade de azeitona preta. R$ 59 (individual).

>> Conserva caseira de atum

Se você acha que atum em conserva é sempre aquele da latinha, está enganado. No Pier 76 (Rua Alberto Cintra, 76, União; 31 3654-0076) ele é preparado com azeite, vinagre e ervas, servido com ciabata. R$ 29,90 (entrada).

>> Surubim grelhado com molho de tomate, sururu, polvo, siri catado, ostra de madeira e camarão
O peixe é de rio, mas a guarnição tem gosto de mar, refletindo bem o que é o Matusalém (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 878, Pampulha; 31 3447-9973): chef mineiro especialista em cozinha baiana. Vem com batata salteada, arroz e banana da terra frita. R$ 90 (para duas pessoas).

>> Peixe pampa
É na folha de bananeira que o Paladino (Avenida Gildo Macedo Lacerda, 300, Braúnas, Pampulha; 31 3447-6604) prepara o robalo assado, que chega à mesa com alho-poró, cenoura e arroz à piemontesa com raspas de gengibre. A casa fica numa enorme área com muito verde. R$ 96 (para duas pessoas).

>> Vermelho assado com legumes salteados e arroz branco
No La Palma (Rua Professor Jerson Martins, 146, Bairro Aeroporto, Pampulha; 31 3441-4455), segundo restaurante do chef Ivo Faria (e cujos preços são mais acessíveis), esse peixe é assado inteiro e servido com molho à base do próprio caldo e azeite. R$ 89 (para duas pessoas).

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