Cozinhar alimentos no bloco de sal é nova moda na gastronomia

Cozinhar na placa é uma experiência estética e gastronômica. A placa vai direto à chama do fogão ou na grelha da churrasqueira

por Patrícia Crespo 09/02/2015 09:00

Jair Amaral/EM/D.A Press
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Toninho da Paz, cozinheiro para lá de bom, me veio com essa novidade no final do ano passado. Ele trabalha em cozinhas há mais de 18 anos e assim como a grande maioria dos colegas do ramo, precisa fazer bicos para aumentar a renda no final do mês. Num desses trabalhos extras, já comuns em sua rotina, num famoso buffet da cidade, ele foi apresentado à pedra de sal. Ficou maravilhado e tratou de espalhar a novidade. “É só colocar a carne ou o marisco, em cima da pedra, não precisa de nenhum tempero, tudo que se coloca ali fica bom”, contou-me o Toninho. Fui atrás, mas a mercadoria estava em falta no mercado. Na época do Natal, uma amiga querida me presenteou com a tal placa de sal rosa do Himalaia. Uma peça única, lindíssima e artesanal que serve para cozinhar, ir a grelha ou ao forno, ou simplesmente para servir alimentos frios como sushis ou sashimis.


Ultimamente, o mundo da gastronomia está sintonizado na utilização politicamente correta do tempero mais antigo que se tem notícia. Cozinheiros antenados que se prezam levam consigo seus próprios sais em cristais para moer e dar um toque especial nos pratos. Flor de sal de Guérande e Camargue, maldon, preto do Havaí, da cordilheira dos Andes e tantas outras variedades estão disponíveis nos mercados e nas paletas dos artistas da cozinha. O destaque dessa matéria é o rosa do Himalaia. Estudiosos afirmam que é a melhor alternativa para salgar os alimentos.


Protegidas por um manto de lava, pelas montanhas e finalmente pela neve, as salinas do Himalaia são consideradas as mais puras do mundo. Livres da poluição e das toxinas do mundo moderno as placas são recolhidas de depósitos milenares, onde provavelmente existia um enorme oceano. Os 84 minerais presentes em sua composição reforçam sua riqueza nutricional. O sal rosa do Himalaia tem a metade do sódio presente no sal refinado de mesa, por isso mesmo é considerado por muitos como o mais saudável do planeta.


No comércio nacional encontramos duas opções do sal rosa, em cristais e em placas. Cozinhar na placa é uma experiência estética e gastronômica. A placa vai direto à chama do fogão ou na grelha da churrasqueira. Os blocos de sal têm geralmente uma quantidade extremamente baixa de porosidade, e praticamente nenhuma umidade por isso podem ser seguramente aquecidas ou resfriadas. A falta de porosidade significa que a área de superfície em contato com a comida é mínima, e salgam na medida certa. Minerais como enxofre, cálcio, potássio, magnésio e dezenas de outros presentes no bloco de sal conferem um tempero suave e cheio de complexidade. Basta untar a pedra com azeite e soltar a criatividade. Carnes de tudo quanto é tipo, vegetais, frutas e frutos do mar ganham cor e sabor se forem cozidos na placa.


Convide os amigos, leve um pequeno fogareiro à mesa e use a placa de sal como panela. A refeição será um evento charmoso, sofisticado e cheio de sabor.

*Formada em jornalismo pela PUC Minas e em gastronomia pela Estácio de Sá

Jair Amaral/EM/D.A Press
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

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