Mon Caviste aposta em rótulos de pequenos produtores franceses

Loja se inspira nos pequenos estabelecimentos da capital francesa para oferecer o serviço em BH

por Eduardo Tristão Girão 09/01/2015 09:54
Paula Huven/Esp. EM/D. A Press
Felipe Lins, Patrick e Marrie Bonnefond buscaram em Paris inspiração para a importadora (foto: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press)
Há na França uma palavra, caviste, que designa o dono de pequena loja de vinhos, um especialista que viaja para selecionar os rótulos que vende à freguesia do bairro, à qual atende de maneira bastante personalizada. Esse é o espírito da Mon Caviste, importadora que abriu as portas recentemente no shopping Pátio Savassi. São apenas 50 rótulos, todos de pequenos produtores franceses, sendo que metade deles custa menos de R$ 60.


É claro que não há como comparar o serviço oferecido aqui (num shopping de elite, com produtos importados e para um público de perfil diferente) com o que se verifica numa lojinha do tipo em Paris. Mas essa inspiração torna o negócio um tanto diferente. A começar pelo principal, os vinhos: em vez de gigantes do setor e enólogos famosos, estão nas prateleiras rótulos de produtores de menor porte, vendidos por preços entre 20% e 30% mais baratos em relação a produtos semelhantes na concorrência.

Essa redução é conseguida porque a loja elimina o atravessador, mantendo estrutura própria de importação e exportação aqui e na França. “A única forma de esses produtores entrarem num país como o Brasil é por meio de empresas pequenas como a nossa. Normalmente, os negociantes de vinho da França não saem do escritório, os produtores é que os procuram para entregar suas garrafas. Nosso trabalho é diferente, pois viajamos para visitar os produtores”, diz Patrick Bonnefond, um dos sócios da loja.

Francês radicado desde 2013 em Belo Horizonte, trabalhou como negociante de vinho por pouco mais de um ano no país natal até abrir a Mon Caviste com a mãe, Marie (que também é do ramo), e o mineiro Felipe Lins, que largou carreira de advogado. “Na França, não gostamos de gastar muito com vinho e lá não se gasta muito para beber coisas boas. Muita gente falou que vamos quebrar, que outras importadoras já tentaram fazer isso”, conta o francês.

REMESSA Até o momento, o foco do trio têm sido nos vinhos das regiões de Bordeaux, Languedoc, Côtes du Rhône e Vale do Loire, escolhidas a partir de pesquisas de mercado sobre as preferências do brasileiro. Todos são exclusivos da loja, sendo metade deles de tintos, como o Cante Perdrix 2013 (corte das uvas grenache e carignan do Rhône; R$ 47) e o L’Hallali 2009 (R$ 93), cuja denominação de origem (Gigondas) é a preferida de muitos enófilos como substituta da vizinha famosa (e mais cara) Châteauneuf-du-Pâpe.

Entre os espumantes (cinco do Loire e um da Borgonha), os preços começam em R$ 48, com destaque para o Vincent Edouard Poirier (R$ 54), feito pelo método tradicional (champenoise). Há três vinhos de sobremesa, sendo dois Sauternes (o Château Rabaud-Promis 2005 é o vinho mais caro da loja, cuja meia garrafa sai por R$ 165) e um Loupiac.

“Nunca chegaremos a ter algo como 2 mil rótulos, não é nosso objetivo”, adianta Patrick. A próxima remessa (12 mil garrafas), que deve chegar mês que vem, terá brancos da Alsácia e de Chablis, além dos tintos de Beaujolais. A loja promove diariamente degustações de alguns de seus rótulos durante a tarde.

Mon Caviste
Avenida do Contorno, 6.061, lojas 152 e 153 (próximo à entrada da Avenida do Contorno), São Pedro. (31) 2535-2660. Aberto de segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 14h às 20h.

 

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