Tchê Parrilla tem DNA gaúcho e pratos que são referências internacionais

Nova casa é comandada por Sérgio Ricardo Monteiro, que trocou Porto Alegre por BH ainda adolescente

por Eduardo Tristão Girão 21/11/2014 08:00
Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press
(foto: Fotos: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press)
O nome da mais nova casa de carnes de Belo Horizonte pode dar confusão: Tchê Parrilla. Afinal, usa-se a conhecida grelha dos hermanos ou o espeto gaúcho para assar? Além disso, o cardápio não ajuda a definir uma classificação, listando cortes argentinos/uruguaios (como bife de chorizo), pratos que cruzam referências internacionais com as do Rio Grande do Sul e petiscos que o público brasileiro está habituado, como bolinhos, pastéis, embutidos e o popular provolone com abacaxi.


Talvez valha mais a pena perceber o restaurante como híbrido resultante da aceitação do (carnívoro) público mineiro do que insistir em estabelecer uma categoria para ele. De toda forma, a casa tem DNA gaúcho, pois é comandada por Sérgio Ricardo Monteiro, que trocou Porto Alegre por BH ainda adolescente. Atuando como representante comercial de alimentos no atacado há 30 anos, inicialmente ele havia pensado em montar showroom com esses produtos, mas mudou de ideia ao encontrar imóvel na Serra.

A casa na esquina das ruas Oriente e Palmira tinha uso anterior residencial e foi o quintal o que mais lhe chamou a atenção. Ali construiu uma parrila e destinou um dos cantos para fazer assados em fogo de chão, deixando espaço para 52 lugares em mesas de madeira (duas delas grandes) e providenciando cobertura retrátil. No salão interno há mais 40 lugares, com piso de taco mantido e uma das paredes descascada até revelar os tijolos originais da construção.

Da parrilla saem cortes como bife ancho (da raça angus; R$ 52), assado de tira (angus; R$ 48), picanha uruguaia (R$ 56), prime rib (R$ 82) e t-bone (angus; R$ 75) todos pesam cerca de 350g, à exceção dos dois últimos, cada um com 600g (incluindo os ossos). O tempero é feito com mistura de sal refinado e pimenta-do-reino branca. A costela bovina assada por horas no fogo de chão leva só sal grosso e é servida apenas no almoço de sábado (o preço ainda está sendo definido).

Espinhaço As guarnições são pedidas à parte, podendo ser arroz com brócolis (R$ 19), quibebe (abóbora desfeita; R$ 19), batata assada com gorgonzola (R$ 21) e tiras de polenta frita (R$ 18), por exemplo. Para abrir o apetite, há opções como pastel de charque com cebola caramelizada (R$ 24, seis unidades), croquete de picanha com hortelã (R$ 32, oito unidades), bolinho de arroz de carreteiro (R$ 24, 10 unidades), linguiça de cordeiro (R$ 29) e palmito pupunha assado na parrilla com manteiga queimada e flor de sal (R$ 24).

Enquanto Luiz Roberto Figueiredo (ex-Parrilla del Mercado e Parrilla São Bento) prepara as carnes, Rafael de Carvalho responde por pratos individuais como o nhoque ao ragu de espinhaço de cordeiro (feito com a carne do pescoço e coluna do animal) com queijo canastra (R$ 48) e barriga de porco com feijão preto mexido (espécie de tutu mais firme), quibebe e couve refogada (R$ 44). “No Sul é comum roermos até os ossos, mas para cá pensamos em apresentações diferentes”, diz Monteiro.

Para sobremesa, há alfajor de copo (R$ 18), churros feitos na casa com doce de leite uruguaio (R$ 16) e um trio por porções de sagu de vinho tinto, ambrosia e arroz doce (R$ 18). A carta de vinhos ainda está sendo definida e, no momento, são quase 40 rótulos (a partir de R$ 35, garrafa) – por enquanto, nenhum gaúcho. Cervejas começam de R$ 8 (long neck) e o chope sai por R$ 6,80 (Bäcker). Em breve, o cardápio terá cortes provenientes de gado uruguaio da raça angus e com maior grau de marmoreio de gordura.

Tchê Parrilla
Rua Oriente, 246, Serra. (31) 3879-0133. Aberto de quarta a sexta, das 19h à 0h; sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 17h.

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