Jolie Bem Casados serve docinhos que caíram no gosto dos mineiros

Após se consolidar no ramo das encomendas, casa já se firma como parada obrigatória para quem circula na região

por Eduardo Tristão Girão 12/09/2014 08:23
André Hauck/Esp. EM/D. A Press
Depois de uma lanchonete de produtos naturais, Roberta Pereira abriu a casa de doces e cafés (foto: André Hauck/Esp. EM/D. A Press )
Roberta Pereira entrou no ramo do bem-casado meio por acaso. Pouco a pouco, as encomendas aumentaram, ela melhorou sua infraestrutura e sentiu necessidade de um local para poder receber a freguesia. No fim do ano passado, encontrou uma minúscula loja na Rua Ceará, no Bairro Funcionários, que não demorou a atrair gente que, em vez de pedir dezenas de unidades do docinho, queria saborear apenas um, de preferência com uma xícara de café. Hoje, o Jolie Bem Casados consolidou-se como parada de quem trabalha na região.
 

“Tive uma lanchonete de comida natural na Savassi e, depois de vendê-la, um casal de tios me perguntou se eu faria bem-casados para a festa de bodas deles, há três anos. Nunca tinha feito antes, mas montei uma receita, o pessoal adorou e comecei a fazer informalmente”, conta Roberta. Logo, ela aposentou a batedeira doméstica, profissionalizou seus equipamentos e partiu em busca de referências para desenvolver sua própria receita do docinho.


Comeu o de Lenir Maia (tradicional em BH) e foi para São Paulo conhecer o da Conceição Bem Casados. “O de lá é gostoso, mas bem diferente do que aqui faz sucesso, pois tem pouca massa e recheio com leite condensado cozido, clarinho”, conta Roberta. De volta à capital mineira, a primeira providência foi encontrar um fornecedor para o recheio, que em vez de leite condensado, leva apenas doce de leite. Escolheu o de uma fábrica em Santa Maria de Itabira, de cor um pouco mais escura.


Para a massa, pesquisou receitas que fossem mais resistentes ao ressecamento, ainda que os bem casados à venda na loja sejam sempre feitos na mesma manhã ou, no máximo, na noite anterior. “A massa que desenvolvi se torna mais úmida, e não menos seca, com o passar do tempo, absorvendo a umidade do recheio aos poucos. Parece com a do pão-de-ló, embora a receita seja completamente diferente. O ideal é comê-lo em até 24 horas, mas pode ser consumido tranquilamente em cinco dias”, conta ela.

Ameixa A finalização fica por conta de uma camada de calda de açúcar e outra de açúcar de confeiteiro por cima de cada bem-casado, vendido a R$ 3. Com a mesma massa (porém umedecida no leite de coco) e adicionando ameixa ao recheio de doce de leite, Roberta prepara também uma espécie de torta, cuja fatia sai por R$ 5 (ou R$ 50, se for a torta inteira, sob encomenda). Ocasionalmente, ela oferece fatias de tortas de outros sabores, como chocolate. O atendimento a eventos funciona normalmente no local.


“De dois anos para cá, o bem-casado se transformou num item popular em outros eventos, além dos casamentos. Até para velório já fiz. Tem cliente para tudo. O charme desse doce é que, antes, as pessoas só comiam em casamentos. Virou artigo de luxo, era preciso esperar ser convidado para uma festa dessa para poder comê-lo. Com os casamentos voltando com força, os bem-casados vieram com tudo também”, analisa Roberta.


Para beber, há café expresso (Cambraia; R$ 4), cappuccino (R$ 4) e chás gelados (R$ 4, cada) preparados na loja com chá mate e polpa de fruta (pêssego, maçã, abacaxi ou frutas vermelhas) – há também chá quente (Twinings; R$ 4). A loja conta apenas com uma mesa interna e outra na calçada, além de um banco parafusado na fachada para não mais que duas pessoas.

 

Jolie Bem Casados
Rua Ceará, 1.619, Funcionários. (31) 9779-2248. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 18h.

MAIS SOBRE GASTRONOMIA