“Tive uma lanchonete de comida natural na Savassi e, depois de vendê-la, um casal de tios me perguntou se eu faria bem-casados para a festa de bodas deles, há três anos. Nunca tinha feito antes, mas montei uma receita, o pessoal adorou e comecei a fazer informalmente”, conta Roberta. Logo, ela aposentou a batedeira doméstica, profissionalizou seus equipamentos e partiu em busca de referências para desenvolver sua própria receita do docinho.
Comeu o de Lenir Maia (tradicional em BH) e foi para São Paulo conhecer o da Conceição Bem Casados. “O de lá é gostoso, mas bem diferente do que aqui faz sucesso, pois tem pouca massa e recheio com leite condensado cozido, clarinho”, conta Roberta. De volta à capital mineira, a primeira providência foi encontrar um fornecedor para o recheio, que em vez de leite condensado, leva apenas doce de leite. Escolheu o de uma fábrica em Santa Maria de Itabira, de cor um pouco mais escura.
Para a massa, pesquisou receitas que fossem mais resistentes ao ressecamento, ainda que os bem casados à venda na loja sejam sempre feitos na mesma manhã ou, no máximo, na noite anterior. “A massa que desenvolvi se torna mais úmida, e não menos seca, com o passar do tempo, absorvendo a umidade do recheio aos poucos. Parece com a do pão-de-ló, embora a receita seja completamente diferente. O ideal é comê-lo em até 24 horas, mas pode ser consumido tranquilamente em cinco dias”, conta ela.
Ameixa A finalização fica por conta de uma camada de calda de açúcar e outra de açúcar de confeiteiro por cima de cada bem-casado, vendido a R$ 3. Com a mesma massa (porém umedecida no leite de coco) e adicionando ameixa ao recheio de doce de leite, Roberta prepara também uma espécie de torta, cuja fatia sai por R$ 5 (ou R$ 50, se for a torta inteira, sob encomenda). Ocasionalmente, ela oferece fatias de tortas de outros sabores, como chocolate. O atendimento a eventos funciona normalmente no local.
“De dois anos para cá, o bem-casado se transformou num item popular em outros eventos, além dos casamentos. Até para velório já fiz. Tem cliente para tudo. O charme desse doce é que, antes, as pessoas só comiam em casamentos. Virou artigo de luxo, era preciso esperar ser convidado para uma festa dessa para poder comê-lo. Com os casamentos voltando com força, os bem-casados vieram com tudo também”, analisa Roberta.
Para beber, há café expresso (Cambraia; R$ 4), cappuccino (R$ 4) e chás gelados (R$ 4, cada) preparados na loja com chá mate e polpa de fruta (pêssego, maçã, abacaxi ou frutas vermelhas) – há também chá quente (Twinings; R$ 4). A loja conta apenas com uma mesa interna e outra na calçada, além de um banco parafusado na fachada para não mais que duas pessoas.
Jolie Bem Casados
Rua Ceará, 1.619, Funcionários. (31) 9779-2248. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 18h.