A criadora das iguarias, Laura Nunes, é a mais nova de 15 irmãos. Passou a infância na Fazenda Primavera, de propriedade da família, em Angueretá, distrito de Curvelo. E foi lá, em meio à extensa plantação de marmelo que abastecia as cidades vizinhas, pequizeiros, figos e limões-capeta que aprendeu a admirar e, sobretudo, a preparar toda sorte de receitas com os frutos do cerrado. Já casada, em Belo Horizonte, mãe de 3 filhos e uma enteada, continuou apreciando os sabores da infância. Há anos que em sua casa costuma ter frescas ou congeladas as polpas dessas frutas, tudo para tê-las por perto o ano todo. E com elas, em forma de doces, segue brindando o cotidiano e as ocasiões especiais, como o casamento da filha Lorena.
Gosto de celebração Quando comecou a festa, lá estavam eles, uma atração à parte do casamento. Estamos falando de docinhos de araticum, pequi, limão-capeta, figo miúdo, marmelo… repletos de sabor e de criatividade, preparados por Laura Nunes em casa, com o auxílio de sua cozinheira e de sua arrumadeira. Longe dela querer competir com “os finos e não menos saborosos doces preparados por Eduarda Balesteros especialmente para a ocasião”, faz questão de dizer. Mas, para ela e sua família, não tem jeito: as delícias são obrigatórias à mesa e, como sempre, deveriam também estar presentes naquela celebração. Sorte de quem provou, porque, para o deleite dos convidados, lá estiveram elas, dando a cada um uma experiência única dos gostos de uma infância feliz.
Para quem não esteve nessa ‘invejada’ lista de convidados e, assim, não pôde ter o privilégio de experimentar sabores exóticos e diferenciados, tudo à base de frutas do cerrado mineiro, o caderno Degusta traz três receitas gentilmente oferecidas por Laura. De fácil preparo e uma explosão de sabor, os docinhos também poderão fazer a festa do leitor em dias de pouca ou muita emoção. Mãos à obra!
Docinho de pequi
(rende 70 unidades)
Ingredientes
2,5 quilos de pequi cozido e raspado;
1 lata de leite condensado cozido e
250ml de leite fresco
Modo de fazer
Cozinhar os pequis por 30 minutos em pouca água para não perderem o sabor. Raspar a polpa do fruto com uma colher de sopa. Na véspera do preparo do doce, cozinhar na panela de pressão uma lata de leite condensado (manter a lata fechada) por 40 minutos. Esperar esfriar para abrir a lata. Juntar o leite fresco, a polpa do pequi e o leite condensado cozido na véspera. Levar a mistura ao fogo até chegar ao ponto de bala (quando a mistura desprega da panela). Deixar esfriar. Colocar em forminhas do formato que desejar (de silicone ou alumínio) e apertar bem a massa. Desenformar depois de algum tempo e servir.
Docinho de araticum
(rende 55 unidades)
Ingredientes
2 araticuns de tamanho médio
600g de açúcar cristal
Modo de fazer
Retirar dos gomos da fruta as sementes e a casca.p Levar ao fogo a polpa e o açúcar. Deixar ferver até chegar ao ponto de bala (quando a mistura desgruda da panela). Depois de frio, colocar nas forminhas e apertar bem para dar a forma desejada. Desenformar depois de algum tempo e servir.
Docinho de limão-capeta
(rende 100 unidades)
Ingredientes
25 limões-capeta, água q.b., açúcar q.b.
Modo de fazer
Retirar a casca dos limões raspando, com lixa fina, toda sua extremidade. Cortá-los em cruz para que se abram "quatro pétalas". Retirar o miolo (bagaço) dos limões. Deixá-los murchar de um dia para o outro. No dia seguinte, enrolar cada pétala como um canudo, costurando cada uma com linha para manter o enrolado. Montá-las como um colar. Disponha o colar de pétalas numa vasilha com água suficiente para cobri-lo e deixe de molho por 12 horas, trocando por quatro vezes a água. Em seguida, coloque o colar de pétalas numa calda previamente feita com o açúcar e deixe marinar por 1 hora e meia. Retirar o colar da calda, deixar escorrer e secá-lo bem com guardanapo de papel. Em seguida, rechear cada canudo do colar (de pétalas de limão) com leite condensado light cozido.