Do cuscuz ao pirulito: iguarias de Diamantina são atração turística

Pratos que são parte da cultura local encantam pela simplicidade e execução primorosa

por Tiago de Holanda 28/03/2014 08:28

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Maria Alves de Almeida Bezerra, de 74, prepara o doce que lhe rendeu apelido de Maria do Pirulito (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Nos últimos anos, uma opção para quem quer provar quitutes típicos foi se firmando no Centro de Diamantina. No Beco da Tecla, aos domingos, das 9h às 12h, o Café do Beco tem apresentação de música ao vivo e gente vendendo doces e salgados. É lá que Maria Alves de Almeida Bezerra, de 74, costuma ofertar um cuscuz feito do jeito que aprendeu no Piauí, onde nasceu.

 

Primeiro põe uma camada de fubá, misturado com um pouquinho de sal, raspas de rapadura, erva doce torcida e batida com um martelo e cravos triturados. Depois, uma camada de queijo, outra desse fubá enriquecido e a alternância se repete até alcançar a boca da cuscuzeira. A fatia custa R$ 2,50. O preço do bolo inteiro é R$ 25.

Nas feiras do Mercado Velho e pelas ruas de Diamantina, Maria ainda vende uma empada de massa fina e sequinha, pastéis fritos e assados, pamonha, corá (mingau de milho), canjica, coxinha e um pirulito ora feito de mel, ora de açúcar caramelado, e que ganha sabor de coco, abacaxi, pêssego ou gengibre. Foi esse produto, talvez o mais simples da cozinheira, que a fez receber o apelido de Maria do Pirulito.

 

Versátil, ela também vende panos em frivolité, renda de origem francesa. Se você não estiver com pressa, ainda pode pedir para Maria – que estudou apenas até o quarto ano do antigo primário e fugiu da família com a equipe de um circo ambulante –, contar a própria história, extraordinária. Ela recebe com carinho quem a visita em sua casa, no número 200 da Rua do Rosário, no Centro. Encomendas podem ser feitas pelo número (38) 3531-2517.

Ainda na sede de Diamantina, o turista pode almoçar costelinha com quiabo da lapa, no restaurante Grupiara, no Centro, ou encomendar o bolo de arroz de Zenília Rosália da Silva Rocha, de 74, conhecida por distribuir a iguaria nas festas do Divino, em maio, e da Nossa Senhora do Rosário, em outubro. Também vale a pena passar por algum dos distritos e povoados do município. Alguns já são famosos, como Biribiri, Conselheiro Mata, Curralinho e Mendanha.

 

Vau

Nos últimos anos, a comunidade do Vau, a 35 quilômetros do Centro da cidade, também vem se esforçando para atrair turistas, com ações da Secretaria de Estado de Turismo e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas (Emater-MG). Com cerca de 50 moradores, o lugar tem a Vila Real, conjunto de prédios com venda de artesanato, quitutes e pratos típicos, como frango caipira com pequi ou com angu de fubá de moinho d’água, costelinha suína com mamão, rosquinha de nata e marmelada feita com os frutos dos vários marmeleiros plantados nos quintais.

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
 

MAIS SOBRE GASTRONOMIA