A loja De-Lá,na Savassi, cresceu para oferecer mais produtos de Minas e de outros estados

Espaço comercializa queijos, doces e outros quitutes de várias regiões brasileiras

por Eduardo Tristão Girão 31/01/2014 00:13
Paula Huven/Esp. EM/D. A Press
(foto: Paula Huven/Esp. EM/D. A Press)
Merecidamente, a loja De-Lá saiu do escondido, espremido e minúsculo imóvel onde foi inaugurada, na Savassi, para outro minimamente espaçoso e charmosamente decorado na mesma região. Resultado de iniciativa louvável de Laura Cota, designer que (por acidente de percurso) tornou-se embaixadora dos pequenos produtores de Minas Gerais em Belo Horizonte. Em novembro de 2012, quando começou, não havia mais que 15 variedades de itens nas prateleitas. Hoje são 60, entre queijos, doces e outros quitutes.

No fim da faculdade, Laura participou de projeto com famílias que vivem da pesca na cidade mineira de Três Marias, desenvolvendo embalagem para que comercializassem peixe defumado. “Percebi que não adiantava nada fazer tudo o que fazíamos se não houvesse um canal para escoar e vender a produção”, conta. Esse foi o clique. Visitando produtores do interior e encomendando de outros estados, montou o primeiro estoque. Qualificação profissional, sustentabilidade e comércio justo são o tripé ainda hoje.

Se no início havia basicamente queijos do reputado produtor João José Melo (de Serra do Salitre) e geleias (R$ 12, cada) que a mãe, Maria Auxiliadora, produz em São Gonçalo do Rio Abaixo, no recém-inaugurado espaço a oferta foi expandida para itens diversos, de café orgânico (de Piedade dos Gerais; R$12, 250g) a carne de lata (de Ouro Preto; R$ 36, 800g), passando por rapadura batida (de Jaboticatubas; 400g, R$ 8), cachaça (de Papagaios; R$ 22, 600ml) e doce de leite (de Caeté; R$ 22, 500g).

Entre as principais novidades está o arroz vermelho de associação de pequenos produtores do Vale do Piancó, em Santana dos Garrotes (PB), que tem apoio do Slow Food. O grão, introduzido pelos portugueses no século 16 e posteriormente proibido de ser cultivado pelos colonizadores (por ser menos produtivo que a variedade branca), é vendido a R$ 15 (1kg). Também do Nordeste (Alagoas e Sergipe), vem a pimenta rosa (R$ 16, 30g) coletada e beneficiada por famílias que vivem próximas à foz do Rio São Francisco.
 
PORTA Outros produtos recentes na loja são o queijo tipo raclette (de Almenara; R$ 58, quilo) e o figo recheado com doce de leite e cristalizado (de Montes Claros; R$ 20, pacote). Agora com espaço para uma geladeira (cuja lateral virou quadro negro com lista de desejos), a loja voltará a trabalhar com itens mais sensíveis como queijos frescos e o disputado doce de leite do Bolota (de Tiradentes), além de bolos feitos na capital mineiro, que chegam sempre às quintas-feiras.

O incremento na seção de queijos foi considerável: além da raclette e das variedades fresca (R$ 25, peça), curada (envolvido com resina que mantém umidade e concentra o sabor; R$ 33, peça) e meia cura (R$ 28, peça) de Serra do Salitre, há parmesão caipira curado de Alagoa (Sul de Minas; R$ 53, peça), Serro curado (R$ 33, peça) e, a partir do mês que vem, muçarela de búfala (de Uberaba). No momento, o produto está em falta porque os animais estão amamentando suas crias.

“Quando inaugurei a loja, vi que as pessoas vinham para degustar, ver, conversar. A ideia de vender mais pela internet e usar a loja como apoio foi invertida”, diz ela. Produtos já bastante conhecidos da freguesia seguem à venda, como o chutney de banana (de São Gonçalo do Rio Abaixo; R$ 12, 250g) e o pé de moleque de macadâmia (do Espírito Santo; R$ 15, 200g). Diariamente, queijos e outros produtos da loja são oferecidos para degustação sobre uma velha porta usada como mesa. A água de filtro de barro é cortesia da casa.

De-Lá

Rua Santa Rita Durão, 919, Savassi. (31) 3225-6347. Aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h; sábado, das 9h às 15h.

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