Os amantes da literatura terão mais um estímulo para conhecer a obra do escritor francês. Os gourmets ficarão tentados a colocar as receitas em prática. Ilustrado com imagens dos pratos e da decoração refinada das mesas, o livro também chama a atenção pela estética.
A obra conduz o leitor a uma viagem a Paris na virada do século 19 para o 20. Os autores Anne, Jean-Bernard Naudin e o chef Alain Senderens fazem extensa pesquisa na obra No caminho de Swann de onde retiram trechos em que Proust aciona a lembranças de memoráveis refeições. De família rica, o escritor francês frequentou e conviveu com o requinte dos salões parisienses. Na obra do francês estão algumas das célebres receitas atribuídas à cozinheira da casa de Proust, Françoise, que foi eternizada na literatura por seus dotes culinários.
Anne descreve Proust como um gourmet sofisticado, que costumava compartilhar as refeições com os amigos de maneira bastante requintada. “Ele tinha um gosto instintivo do que era bom e autêntico. Atento para não deixar de lado nada que pudesse enriquecer seu universo sensível, degustava pratos como, desde a infância, devorava livros , e estabelecia em sua obra uma equivalência entre o escritor e o cozinheiro”, diz Anne.
Em À mesa com Proust são apresentadas 60 receitas, que vão desde pratos mais simples, como ovos mexidos com bacon, passando por suflês de queijo, ovos à cocotte, até a elaboração de carnes mais sofisticadas, como o pernil de cordeiro. O livro traz de entradas à sobremesa, com destaque para pratos principais preparados à base de carnes e peixes.
No prefácio da obra, Alain Senderens faz um apanhado histórico da importância da gastronomia. O autor lembra que no século 17 a culinária era desprezada pela cultura erudita, que via o ato de cozinhar como sendo de menor valor do que a filosofia, por exemplo. Alain aponta que Proust faz uma reconciliação entre a culinária e a literatura ao integrar o alimento, o paladar e a cozinha à sua escrita.
Anne Borrel é consultora técnica da Sociedade dos Amigos de Marcel Proust e dos Amigos de Combray. Jean-Bernard Naudin colabora em diversas revistas de decoração francesas e estrangeiras. Ilustrou várias obras sobre gastronomia, entre as quais À mesa com Monet. Alain Sanderens foi chef do Restaurante Lucas Carton, na Place de la Madeleine, de 1985 a 2005.
Madeleines
Ingredientes
90g %2b 1 colher de sopa de manteiga, 90g de farinha de trigo, 75g de açúcar, 10g de açúcar mascavo, 1 colher de chá de mel, 2 ovos, sal
Modo de fazer
Derreta a manteiga em fogo brando. Em uma tigela, bata junto os ovos o açúcar e o sal. Cerca de 5 minutos depois, adicione a farinha peneirada. Mexa com uma colher de madeira. Adicione a manteiga derretida já fria e o mel. Misture bem, mas sem trabalhar muito a massa. Guarde na geladeira durante 1 hora. Pre-aqueça o forno a 220 graus (temperatura muito alta). Retire a massa da geladeira e deixe-a por meia hora em temperatura ambiente. Derreta a colher de manteiga e unte as forminhas antes de enchê-las com a massa. Se forem de tamanho pequeno, assarão em cinco minutos; Se grandes, em 10 minutos. Deixe esfriar um pouco antes de servir. Dica: as madeleines podem ser servidas com muitas sobremesas, com uma salada de frutas, sorvetes cremosos ou de frutas.