Pode- se dizer que a história da alimentação nunca mais foi a mesma depois que o homem moeu os cereais e transformou-os em farinha. Do pão para o macarrão foi só uma questão de criatividade. Chineses, árabes e italianos sempre disputaram a paternidade da invenção. Há referências a alimentos cozidos, à base de cereais e água – como o macarrão –, em textos romanos do século 3 antes de Cristo e até em textos babilônicos e assírios, civilizações que viviam em regiões onde hoje se localizam Iraque, Israel e vários outros países árabes em épocas anteriores ao ano 2.000 antes de Cristo.
Mas a pendenga parece que finalmente chegou ao fim com a descoberta feita por cientistas chineses, num sítio arqueológico a noroeste de Pequim. Os estudiosos encontraram um fio de macarrão dentro de uma vasilha virada de cabeça para baixo, soterrada a cerca de três metros da superfície. O fio da discórdia mede meio metro de comprimento e tem 3 milímetros de espessura. Segundo os pesquisadores o macarrão tem mais de 4 mil anos de idade.
Mas foi na Itália, sem sombra de dúvidas, que a iguaria alcançou fama e popularidade. Alguns pesquisadores dizem que foi Marco Polo, mercador italiano do século 13, quem teria levado o macarrão da China para a Itália. Outros defendem a ideia de que os árabes haviam introduzido o alimento na Europa, quando dominaram a Sicília, no século 9.
Me perdoem chineses e árabes, mas macarrão tem cara e sabor italiano. Espaguete à bolonhesa, penne à carbonara, fettuccine à Alfredo, talharim ao sugo, fusili à putanesca são invenções dos italianos, assim como os mais de 500 tipos de corte de massa e outros tantos tipos de molhos. Só na Itália registra-se o espantoso consumo de 28 quilos de massa por pessoa, por ano. Então, fica combinado que no dia 25 de outubro é dia de celebrar o macarrão da cultura italiana, com queijo polvilhado em cima e uma boa taça de vinho.
A cultura do macarrão chegou ao Brasil no início do século 20 na bagagem dos imigrantes italianos. Foram eles os responsáveis pela introdução industrial dos primeiros pastifícios e pela divulgação das receitas de família. Hoje em dia o Brasil é o terceiro maior produtor de macarrão do mundo. Dá prá imaginar quanto macarrão se come por aqui.
Penso que a popularidade do alimento está na facilidade e rapidez do seu preparo. Numa simples busca na internet, pelo vocábulo macarrão, obtive mais de 4 milhões de registros. Para comemorar a data, o cozinheiro e estudioso das massas Odair Oliveira preparou e assinou a receita que ilustra esta página. Dadá, como é conhecido no meio, ensina que o segredo do prato está no molho caseiro, feito com paciência, amor e tomates bem madurinhos. Feliz dia do Macarrão a todos!
Fettuccine do Dadá
(para 4 pessoas)
Ingredientes
500g de fetuccine; 100g de champignons em conserva fatiados;50g de tomate seco picado; 50ml de azeite extra-virgem; 3 dentes de alho picados;1 cebola picada; 200ml de molho sugo; 50g de pimenta biquinho; sal a gosto; ervas frescas para decorar.
Modo de fazer
O molho: dourar o alho e a cebola no azeite. Acrescentar o champignon, o tomate seco e a pimenta biquinho. Apurar por alguns minutos. Adicionar o molho sugo e deixar ferver. Cozinhar o macarrão conforme as instruções do fabricante. Escorrer a massa e com ela ainda quente misturar o molho. Decorar com as ervas e servir em seguida.