Pizza no Galpão aposta na simplicidade do estilo para atrair os moradores do Bairro Prado

"Meu foco está no cliente daqui, quero que seja uma pizzaria do bairro", define Marco Malzone, idealizador do projeto

por Eduardo Tristão Girão 13/09/2013 08:50
Paula Huven/Esp. EM/D.A Press
(foto: Paula Huven/Esp. EM/D.A Press)
Mais nova pizzaria de Belo Horizonte, a Pizza no Galpão chama a atenção não apenas por destoar da simplicidade dos bares e restaurantes do Bairro Prado, com a atmosfera meio rústica, meio descolada de seu amplo espaço de 300 metros quadrados, onde antes funcionava uma empresa de autopeças, no início da Avenida Francisco Sá. Além disso, foi montada por Marco Malzone, que até recentemente era nome forte da cena gastronômica da cidade: agora endividado, fechou todas as casas que tinha e tenta se reerguer na cidade como consultor.


Ele não é o proprietário da casa, que pertence a grupo de investidores do mercado imobiliário, alguns deles clientes de Malzone em suas extintas casas, como Fabbrica Spaghetteria, The Art from Mars, Vinicius e La Milonga. “Eu realmente quebrei e muita gente que gostava do meu trabalho queria investir nessa área. Fui procurar ponto numa região em que o aluguel não mata, pois não dá para colocar o empresário para pagar R$ 30 mil por mês. Me especializei em pizza porque é prático e carboidrato dá mais lucro que proteína”, explica ele.

Não por acaso, os próximos projetos que desenvolverá serão de pizzarias – e para o mesmo grupo. “Achei outro galpão como esse no Coração Eucarístico e, depois, vamos para o Santa Tereza. Acho o ponto, faço o projeto, desenvolvo e acompanho o funcionamento da casa. Aqui no Prado, por exemplo, tenho compromisso de três anos, incluindo meta de vendas”, conta. Algo surpreendente de se ouvir de quem, até pouco tempo atrás, chegou a ter nove restaurantes funcionando ao mesmo tempo, com 220 empregados e mais de mil fregueses por noite.

A palavra de ordem na nova casa é economizar. Não há manobrista, ar condicionado, adega climatizada, taças de cristal ou toalhas nas mesas. O galpão com pé direito alto tem seu charme nas mesas de madeira de demolição e de chapa metálica, com alguns dos 160 lugares em comprido sofá coletivo com almofadas. Objetos antigos decoram as paredes e luminárias grandes pendem do teto. “Meu foco está no cliente daqui, quero que seja uma pizzaria do bairro. Minha impressão é de que os moradores são boêmios e gostam de sair aqui”, define.

SEM SUSTO

Do forno a lenha próximo a entrada, saem 32 pizzas, todas com 30cm de diâmetro e massa à escolha do freguês (fina ou grossa). Os preços vão de R$ 21 a R$ 42, mas a maioria não passa de R$ 35. Alguns sabores homenageiam vizinhos como Luizinho, proprietário da mais famosa casa de espetinhos do bairro (Churrasquinhos do Luizinho) – essa leva molho de tomate e queijos gorgonzola, brie e muçarelas comum e de búfala (R$ 35). Mesmo com toda a preocupação em economizar, a cozinha usa itens importados, como presunto cru, queijo fontina e alcachofra.

“Em breve, quero introduzir aqui a massa de pizza sem fermento, que é mais leve”, adianta Malzone. Além das redondas, ele incluiu entradas, sanduíches (feitos com massa de pizza), calzones e sobremesas. Aliás, duas receitas que servem para abrir o apetite foram copiadas da mãe dele, Norma: o pimentão recheado com carne moída e queijo, assado no forno a lenha e tampado com fatia de pão (R$ 19); e o ovo bombom (R$ 12, duas unidades), que é cozido, embrulhado com presunto cru e, por fim, envolto em massa de pizza.

Para beber, há cervejas em garrafa de 600ml (entre R$ 6 e R$ 6,50) e long neck (a partir de R$ 4, mesmo preço do Luizinho) estrategicamente servidas em copo lagoinha para dar ar descontraído e não assustar o freguês mais conservador – haverá chope em breve. Além disso, drinques (R$ 13, em média) e carta de vinhos com cerca de 20 rótulos (entre R$ 52 e R$ 90, cada). Tem até cachaça (R$ 5, dose).

Pizza no Galpão
Avenida Francisco Sá, 281, Prado. (31) 3291-1681
Aberto de terça a quinta e aos domingos, das 17h à 0h; sexta e sábado, das 17h à 1h

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