Estamos vivenciando uma de nossas maiores festas e provavelmente o maior cartão de visitas que BH teve nos últimos anos. A capital dos botecos tem sido exaltada e lembrada em centenas de veículos de comunicação de todo o Brasil e exterior que cobrem o Comida di Buteco nas 16 cidades em que é realizado simultaneamente, mas tem sua origem em nossa cultura, e foi criado pelo amigo Eduardo Maya, um carioca que adotou Minas. “BH não tem mar, mas tem bar”. Eu já estava pronto para escrever sobre o privilégio de ter, mais uma vez, vivenciado como jurado essa festa, super -organizada, com alto-astral e que movimenta nossa economia com bares e hotéis repletos, centenas de táxis, ônibus e vans alugadas trabalhando incessantemente para levar os visitantes e frequentadores pela via sacra da alegria.
Mas na semana passada ao abrir o jornal me deparei com uma notícia criticando a variação de preços praticados por botecos nesse evento tão importante para a cidade. Na mesma semana, mais uma matéria de capa destacando a lei de posturas sendo burlada pelos bares com mesas nas calçadas. Então, resolvi mais uma vez desabafar.
Chega de cuspir no prato que comemos, e vamos valorizar o que temos de bom! Já não basta abrir os jornais ou ligar as TVs para nos sujarmos de sangue ou dar visibilidade para tantas mazelas, mas se for o caso, os nobres colegas poderiam dar destaque a problemas mais importantes, como por exemplo, os 15 mil reais pagos aos garçons do Congresso com nosso dinheiro, os preços estratosféricos dos alimentos causados pela falta de incentivo oficial ou pela infraestrutura precária, à carga tributária assassina, etc. Tem tanta coisa que deveríamos estar divulgando para tentar reverter, como essa hipócrita lei seca, como os desgovernos na saúde, segurança, transporte e educação. E por que não valorizar os poucos eventos populares que temos? Vamos nos informar sobre os números positivos do evento para nos encher de orgulho?
Que tal deixar que a lei de mercado determine os preços praticados pelos comerciantes, que não devem explicações nenhuma aos leitores, e sim aos clientes, que, se estão frequentando seu estabelecimento