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Quatro chefs mineiros participam do Gastrofestival em MontevidéuPor hobby, designer coleciona e executa receitas de chefs famososChef brasileiro realiza sonho de trabalhar no The Fat Duck, em LondresAté o século 19, a cana da variedade crioula era a mais utilizada para a confecção da guloseima. Hoje em dia a mais usada é a caiana, mais resistente a pragas. No início, as moendas eram de madeira, movidas a água ou tração animal. Com a modernidade vieram as moendas de ferro movidas a vapor, óleo diesel e atualmente muitas delas são elétricas. Mas enormes tachos ainda podem ser vistos nos interiores, onde o líquido doce borbulha antes de açucarar pelas bordas das gamelas e formar raspas endurecidas e açucaradas.
A raspadura das camadas espessas do açucar presas às paredes dos tachos originou o nome rapadura. Minas, Pernambuco e Ceará lideram a produção e abastecem o mercado. Segundo Câmara Cascudo, a rapadura foi o doce das crianças pobres, dos homens simples, regalo para escravos, cangaceiros, vaqueiros e soldados. Sempre foi a preferida para adoçar o café, o leite e a coalhada do povo das roças, e dos sertões. Parceira fiel da farinha, do mungunzá, da carne de sol, da paçoca, do cuscuz e do milho, pratos tradicionais do receituário sertanejo. Mas hoje em dia é ingrediente usado em restaurantes finos e bem frequentados em criações ousadas do universo fashion das panelas. Combina com carnes fortes, equilibra a acidez das frutas cítricas e empresta uma cor dourada aos molhos e caldas. Mas para os leitores do caderno fui buscar nos livros de receita da minha amada mãe Leonor Crespo, um doce que desde criança me alegra a alma e adoça o paladar. A combinação brejeira da abóbora com rapadura é um sucesso nos almoços da família. Vale testar!
*Patrícia Crespo é formada em jornalismo pela Puc-Minas e em gastronomia pela Estácio de Sá
Doce de abóbora em gomos com calda de rapadura
Ingredientes
1 abóbora moranga com casca cortada em gomos; 1 tablete de 1 kg de rapadura bem clarinha; 1 ½ litro de água; cravo e canela a gosto
Modo de fazer
corte a rapadura e leve ao fogo em uma panela com a água. Deixe ferver até se formar uma calda rala. Arrume os gomos das abóboras na panela com a casca voltada para baixo. Junte o cravo e a canela. Cozinhe até que aabóbora esteja macia mais ainda firme, Nesse ponto a calda vai ficargrossinha. Sirva o doce gelado.