Meu Brigadeiro investe no docinho 100% brasileiro

Instalada na Savassi, a loja oferece mais de 40 variações do doce

por Sérgio Rodrigo Reis 01/03/2013 07:20
Hugo Cordeiro/Esp.EM/D.A Press
"A gente não vai ao restaurante e espera pelo prato? Aqui o prazer é o mesmo", Karyna Barros, doceira (foto: Hugo Cordeiro/Esp.EM/D.A Press)
O bancário Daniel Barros e a mulher, a então estudante de gastronomia Karyna Barros, passavam férias em Trancoso, na Bahia, quando surgiu a ideia. Os dois mineiros moravam há anos em São Paulo e já estavam cansados da rotina estressante da metrópole. O que fazer? Certo dia, na praia, surgiu um vendedor ambulante com a bandeja de doces anunciando: “Doces! Doces do Brasil”. Naquele momento, Daniel e Karyna decidiram mudar de vida. E abriram a loja Meu Brigadeiro, na Savassi, especializada nessa guloseima 100% nacional.

Até a ideia sair do papel, foram quatro anos de pesquisa, que resultou em cerca de 40 variedades do doce de chocolate. A loja Meu Brigadeiro tem um diferencial: suas receitas são feitas diante do cliente, a partir da pasta base previamente preparada. “Usamos chocolate belga, manteiga francesa e receita brasileira”, entrega Daniel. Segundo ele, o frescor e a qualidade dos produtos têm agradado. “Vendemos cerca de 20 mil unidades por mês. Os tradicionais custam, em média, R$ 3. Os mais elaborados saem por R$ 3,50 e levam bebidas como uísque e vinho do Porto”, explica. 

O sabor difere do convencional, pois os brigadeiros de Karyna não são tão doces. Ela explica que desenvolveu uma receita capaz de suavizar o sabor do açúcar. “Em excesso, esse ingrediente não permite que os outros apareçam”, justifica.

A técnica permite criar várias opções. Entre elas estão os brigadeiros de cachaça com calda de caramelo (R$ 3,50), de café (R$ 3), de laranja (R$ 3), de caramelo com flor de sal (R$ 3,50) e de pistache (R$ 3).

O brigadeiro indiano (R$ 3) foi o mais trabalhoso. Karyna Barros queria algo com especiarias: a cada momento da degustação, um sabor diferente deveria surgir. O resultado final superou as expectativas, comemora ela.

A médica Helaine Brandão Goes se tornou freguesa constante da Meu Brigadeiro. “É a minha terceira vez”, conta ela, com largo sorriso. Como os filhos estudam perto da loja, a primeira visita se deu por causa deles. Helaine gostou tanto da experiência que voltou.

“A proposta daqui é diferente: bom atendimento e variedade de opções. Meu predileto é o tradicional, que desmancha na boca e é cremoso”, revela. A médica não se importa de esperar o doce ficar pronto. “A gente não vai ao restaurante e espera pelo prato? Aqui o prazer é o mesmo”, compara Karyna Barros.

ELEIÇÃO
 
Admiradora da versatilidade do brigadeiro, Karyna tem na ponta da língua histórias sobre a origem desse doce. Uma delas, entretanto, é considerada “oficial”. Moço de boa aparência, o brigadeiro Eduardo Gomes – “é bonito e é solteiro”, dizia o slogan – candidatou-se às eleições para a Presidência da República, em 1945, pelo partido UDN. Para ajudá-lo a arrecadar fundos, correligionárias preparavam festas, criando assim a guloseima com leite condensado, ovos, manteiga e chocolate.

Há quem atribua tal proeza às paulistas. Outros garantem se tratar de invenção “político-gastronômica” carioca. Fato é que Eduardo Gomes perdeu para o general Eurico Gaspar Dutra, do PSD, mas o brigadeiro virou patrimônio nacional...

MEU BRIGADEIRO
Endereço: Rua Fernandes Tourinho, 564, Loja 1, Savassi
Contato: (31) 2555-8806
Aberta segunda-feira, das 12h às 18h; de terça a sexta-feira, das 11h às 19h; e sábado, das 11h às 18h

MAIS SOBRE GASTRONOMIA