“Como era época da guerra, recebíamos alguns tíquetes em Munique para pegar mantimentos na venda e minha mãe sempre ensinou que não podíamos desperdiçar comida. Com isso, comia tudo o que fazia e não jogava nada fora”, relembra, O pai, Leopold Richter, diplomata, recebia empresários em casa e também elaborava canapés com caviar, pastas de ovos, queijos e pães recheados com carne moída, presunto e linguiça. E Erika gostava de observar as coisas e de ler. “Já li mais de 30 livros e revistas de culinária e estou sempre me reciclando”, observa. Aos 12 anos, a chef saiu da Alemanha para morar no Brasil (São Paulo) e, aos 14 anos, partiu para Curitiba. Quando tinha 25, decidiu morar sozinha em Belo Horizonte. Nessa época, ela conta que cozinhava em aniversários e fazia jantares para amigos. Na capital mineira, conheceu o alemão Knut, com quem se casou. Mas em casa se aventura a fazer pratos da culinária chinesa, brasileira, tailandesa, italiana e, claro, alemã.
Iguarias tradicionais Já morando no Rio de Janeiro desde 1979, Erika resolveu junto com o marido criar o Landhaus. No começo, o restaurante oferecia chucrute, sopa de gulasch, alho-poró no pijama, sopa de tomate, misto de minissalsichinhas, bolinho de carne, kassler com chucrute e batatas, Landhausteller (prato da casa), spatzle com queijo à moda do Allgau, mousse de chocolate com amêndoas, pasta de torresmo com maçã e cebola e pasta de berinjela. Um ano depois, criou a sobremesa mousse de papoula com calda de hibisco e, há quatro anos, o creme de avelãs com molho de rosa mosqueta. Uma vez por ano, a chef viaja para a Alemanha para trazer iguarias importantes para o restaurante, como temperos para o chucrute e rosa mosqueta para a sobremesa. Ela acredita que esse toque original da Alemanha faz diferença no resultado.
As adaptações feitas para o clima carioca consistem na introdução de pratos mais leves. “Quase todos acompanham legumes, outras opções lights são cogumelos e carne de vitela. Outro prato interessante é a truta defumada na hora, que poucos restaurantes fazem. Trouxemos o aparelho que faz a truta defumada e a madeira da Alemanha”, explica a chef. De acordo com Erika, o prato mais pedido por lá é o joelho de porco grelhado, que tem como acompanhamento batata, chucrute e purê de ervilha. Outra opção bastante apreciada é a língua de vitela com molho e alcaparras. Que tal um tempero alemão na genuína culinária brasileira?
Língua de vitela com molho de alcaparras (para duas pessoas)
Ingredientes
2 línguas de vitela (1 por pessoa); sal a gosto; 1 caixa de molho branco; alcaparras a gosto; pimenta-do-reino a gosto; 1 cálice de vinho branco seco; 2 colheres de sopa de creme de leite; ¼ de raspa de limão
Modo de fazer
Cozinhe as línguas de vitela em água e sal por 25 minutos em panela de pressão. Retire-as e descasque. Corte as línguas em fatias, esquente o molho branco, junte o cálice de vinho branco e as alcaparras a gosto (sem o líquido) e adicione o ¼ de raspa de limão. Junte as fatias e coloque duas colheres de sopa de creme de leite. Coloque as fatias de língua e deixe aquecer por 5 minutos. O prato pode ser servido com macarrão, batata, arroz integral ou arroz selvagem.
Joelho suíno (porção individual)
Ingredientes
1 joelho suíno; 2 colheres de sopa de sal; 1 cebola fatiada; 2 dentes de alho; 3 folhas de louro; 10 grãos de pimenta preta; 10 grãos de zimbro
Modo de fazer
Colocar o joelho numa vasilha com tampa, adicionar o sal, cobrir com água e deixar por cinco dias na geladeira. Após esse procedimento, deixe a água escorrer e adicione todos os temperos (cebola, os dentes de alho, as folhas de louro, os grãos de pimenta e de zimbro) e cozinhe em panela de pressão até ficar macio, entre 40 e 45 minutos.