Cantina do Lucas se mantém como referência no Centro de BH

por Eduardo Tristão Girão 18/01/2013 07:00
André Hauck/Esp. Em/D.A Press
Edmar Roque comanda a Cantina do Lucas há três décadas e anuncia abertura de outras casas (foto: André Hauck/Esp. Em/D.A Press)
Em algum momento de sua recém-comemorada história cinquentenária, a Cantina do Lucas tornou-se maior que os vários proprietários que lhe deram identidade. Aberta na mesma loja atual, no Edifício Maletta, mas com o nome Chopplândia e focada em petiscos, a casa refletiu os gostos de cada época, cristalizando conjunto de receitas tradicionais que há anos eram apreciadas. Esse marco coincide, mais ou menos, com a compra do restaurante pelo empresário Edmar Roque, que o comanda há 30 anos.

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Bem servido, o filé à parmiggiana é uma das pedidas clássicas do restaurante (foto: André Hauck/Esp. Em/D.A Press)
Ainda estão lá no cardápio pedidas com “cara de antigamente” como os filés à parmiggiana (R$ 52), à piemontesa (R$ 48,10) e à francesa (R$ 48,10), o fettuccine com paillard (R$ 44,10) e o peixe à belle meunière (R$ 55,60), todos para duas pessoas. Na seção de tira-gostos, não há absolutamente nada parecido com o que tornou conhecido o Comida di Buteco, ou seja, tudo simples e direto: filé a palito com fritas (R$ 34,50), frango à passarinho ao alho e óleo (R$ 23,70), queijo pachá (R$ 16,30) ou simplesmente torresmo (R$ 16,30).

“Na época do Chopplândia, servia-se petiscos e alguns pratos, mas sem nenhuma das receitas clássicas de hoje. A cozinha da casa se tornou uma referência a partir de 1966, quando ganhou o nome atual, depois de pequena passagem funcionando como Trattoria di Saatore. É uma alegria estar à frente da casa até hoje e tenho de dividir isso com todos que a tornaram referência na cidade, como o público e nossos funcionários. As administrações dos antigos donos foram muito importantes”, avalia Edmar.

MUDANÇAS

Mas não se vive só de passado, como ele próprio lembra. “Nosso cardápio é conservador, mas de tempos em tempos colocamos pratos novos. Lutamos para manter a cozinha e continuar a ter a confiança de todo mundo”, afirma ele. Entre as novidades está o bacalhau Mares do Norte (R$ 53,90, individual), que consiste em posta do peixe com amêndoas, arroz, brócolis, batatas coradas e cebolas ao azeite. Foi criado pelas cozinheiras Clotilde (que veio do extinto Solar dos Rosas) e Shirley.

Entre as adaptações que precisou fazer está o redimensionamento dos pratos, antes fartos para uma pessoa e agora divididos em versões individuais (batizados de Luquinha) e para duas pessoas – a motivação foi a concorrência feroz iniciada com a popularização dos restaurantes de comida a quilo. “Além disso, meu molho rôti já foi muito ruim”, confessa Edmar. Ele garante preparar todos os molhos da casa sem usar bases prontas industrializadas.

NOVIDADES

Também proprietário da Casa dos Contos (desde 1984; foi aberta em 1975), Edmar promete para este ano a inauguração da primeira filial desse restaurante no Jardim Canadá, em Nova Lima. Paralelamente, vai inaugurar dois bares em BH: Divino Dom, este mês, especializado em brochetes e espetos (na Avenida Silva Lobo, no Nova Granada); e Augusto, em abril, no imóvel do extinto Butecando, na Avenida Augusto de Lima, próximo à Cantina do Lucas, no Centro.

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