Recém-aberto no Anchieta, Pellegrino se enquadra entre as casas de média gastronomia

Empresários e chefs estão atentos a essa fatia crescente do público

por Eduardo Tristão Girão 16/11/2012 08:42
André Hauck/Esp. EM/D. A Press
Entrada suculenta: panturrilha de porco confitada ao molho barbecue com polenta frita trufada (foto: André Hauck/Esp. EM/D. A Press)
A esta altura, talvez não seja pretensão constatar a existência da média gastronomia, categoria intermediária entre os botecos e restaurantes refinados que atende a pessoas interessadas em boa comida, assustadas com pratos que chegam a passar dos R$ 100. Empresários e chefs estão atentos a essa fatia crescente do público, abrindo casas como o Pellegrino, instalado há alguns meses no Bairro Anchieta. Lá, a maioria dos pratos fica em torno de R$ 40 e o ambiente é informal, servindo como bar ou restaurante.

É curioso observar esse “meio do caminho”: se lugares ao ar livre têm jeito de quintal (entre árvores e sob orquídeas), o salão interno ganhou toalha nas mesas; se os 130 vinhos podem ser vistos no iPad, é possível pedir chope e cerveja long neck. “Ficamos na coluna do meio mesmo. Assim, recebemos também muita gente que frequenta restaurantes de Lourdes”, diz Gustavo Rocha, um dos sócios da casa, ao lado de Felipe Rocha Leonardo Ximenes. O trio comanda o restaurante Paradiso, no Santo Antônio.

Reformada, a antiga residência ganhou, na parte de dentro, salão com cozinha à vista e adega climatizada em estilo cave (com 20 lugares para degustações). Há espaço para reservas de grupos no segundo andar, equipado com cozinha independente para ser pilotada por chefs amadores. Ao redor da casa, há mesas de madeira e mármore debaixo de castanheiras e um frondoso flamboyant.

A cozinha é comandada pelo chef Marcelo de Souza, que passou pelos restaurantes Vecchio Sogno, Taste-Vin e Atlantico e pela padaria Casa Infinita. Além de massas, risotos, carnes, aves, peixes e frutos do mar, há no cardápio dois suflês (camarão com cogumelo, R$ 46; e mix de cogumelos, R$ 38), provável resquício da experiência dele pelo Taste-Vin. Pães e massas, até então terceirizados, passarão a ser produzidos no local a partir deste mês.

RETALHOS Na seção de entradas, nada de batata frita ou picanha. Há apenas porções com alguma sofisticação, como a panturrilha de porco confitada ao molho barbecue com polenta frita trufada (R$ 32) e rosbife de bife de chorizo em massa folhada recheado com creme de alho-poró e muçarela (R$ 29). Curiosamente, os pastéis invertidos (R$ 26) surgiram depois de sucessivas receitas fracassadas, resultando no formato atual: retalhos fritos de massa para passar nos recheios, servidos separadamente.

Entre os destaques de pratos principais, todos individuais, estão o filé ao molho de ervas com fettuccine bicolor (comum e de espinafre; R$ 38), o galeto ao molho de quiabo e pimenta-biquinho com polenta gratinada, gema de ovo e crocante de couve (R$ 38) e o atum em crosta de pimenta-verde ao molho de vinho com duchesse de alho-poró (R$ 52). Entre as massas e risotos, chama a atenção o ravióli de cordeiro e queijo canastra com cappuccino de cogumelo (R$ 38). Sobremesas custam R$ 14, em média.

Vinhos são comprados de várias importadoras e custam a partir de R$ 50 (garrafa), com preços geralmente R$ 30 acima dos praticados nas lojas. Às quartas, há sempre quatro rótulos vendidos a preço promocional (R$ 43, cada). O chope sai por cerca de R$ 5 (300ml), enquanto as cervejas nacionais custam R$ 4,50 (long neck) e as importadas, R$ 11 (em média). Drinques têm preço em torno dos R$ 14.

PELLEGRINO

Rua Laranjal, 459, Anchieta, (31) 2526-1085. Aberto de terça a sexta, das 18h30 à 0h; sábado, das 13h à 0h; domingo, das 13h às 17h.

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