Rima saborosa

Restaurante D'Anjou, na Serra, oferece pratos bem feitos a preços acessíveis

por Eduardo Tristão Girão 12/08/2011 07:00

 

Pedro David /Esp. EM/D. A Press
(foto: Pedro David /Esp. EM/D. A Press)

Os preços nos restaurantes dos bairros mais agitados da cidade andam assustadores. Pratos que beiram os R$ 100 não são raros e pagar R$ 50 por um deles começa a parecer uma bagatela. As despesas com aluguel do imóvel, pagamento de funcionários e compra de ingredientes (sempre em alta) formam uma conta sempre difícil de fechar. São raros os exemplos de casas que conseguem oferecer algo além do trivial por um preço que não ofenda, como no recém-inaugurado D’Anjou, da chef Marcela Amorim Zico.

No caso dela, localização e mão de obra são os dois pontos fundamentais para que os preços fiquem abaixo do que é praticado em Lourdes, por exemplo. Na Serra, o aluguel de uma casa sai mais barato do que em bairros onde a concorrência gastronômica é enorme. Além disso, a equipe dela é enxuta: são 10 funcionários para os dois turnos, incluindo cozinheiros, garçons e copeiro. “Se um falta, dá problema”, confessa a chef, que conta com a irmã, Isabela, no posto de gerente.

Pratos individuais com bacalhau e camarão têm na casa o preço de alguns anos atrás nas casas mais caras da cidade, ou seja, cerca de R$ 50 – hoje são encontrados por R$ 70 a R$ 80, em média. Risotos não passam de R$ 31, incluindo opções com frutos do mar e cogumelos frescos. Massas e polentas chegam, no máximo, a R$ 29. A pedida mais cara sai por R$ 57: costeletas de cordeiro com ravióli (feito na casa) de queijo de cabra trufado. “Sei o quanto custa a comida e ficava indignada quando ia a restaurante”, diz ela.

Pedro David /Esp. EM/D. A Press
Entre os pratos preparados pela chef Marcela Amorim Zico está o bacalhau à lagareiro (foto: Pedro David /Esp. EM/D. A Press)
Além de 18 pratos, o extenso cardápio (de inspiração franco-italiana) lista entradas frias e quentes, saladas e sobremesas. No almoço, a casa oferece pratos executivos por cerca de R$ 17, incluindo carne vermelha, peixe, frango, massa, prato infantil e salada. As opções mudam diariamente, de segunda a sábado. Com experiência em casas como Sapore d’Italia, Enoteca Decanter e Momo, Marcela é integrante da Federação Italiana de Chefs.

A carta de vinhos conta com 47 rótulos, todos da Decanter (entre R$ 44 e R$ 192, garrafa; seis opções de meia garrafa entre R$ 22 e R$ 28). A política de cobrar “rolha” de quem leva o vinho de casa para o restaurante foi substituída pela (mais amigável) taxa de R$ 5 por uso de cada taça. A pedido do pai da chef, o cardiologista e enófilo Luiz Alberto Zico, o lucro sobre o vinho não passa de 75% no local. Aliás, ele é integrante da Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho e deverá dar aulas sobre a bebida no local.

Jabuticaba

O imóvel escolhido por ela abrigou um antiquário e, por último, a sede de uma companhia de teatro. Foram seis meses em obras, que deram origem a três salões e um ambiente intermediário semelhante a um deck, contornando a casa e com vista para o quintal, onde está uma jabuticabeira que dá fruta o ano todo. No total, o ambiente comporta até 80 pessoas. O projeto é da própria Marcela, que é formada em gastronomia e engenharia de produção.

D'Anjou
Rua do Ouro, 1.381, Serra. (31) 2535-3231. Aberto segunda e terça, das 11h30 às 15h; quarta a sábado, das 11h30 às 15h e das 19h à 0h

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