Tempero musical

O Pulo do Gato tem cardápio caprichado, bebida gelada e boa programação cultural ao vivo

por Eduardo Tristão Girão 08/04/2011 07:00
Pedro David/Esp. EM/D. A Press
Picanha submersa no purê de batata e gratinada com muçarela, petisco do bar O Pulo do Gato (foto: Pedro David/Esp. EM/D. A Press)
Não é questão de querer bancar o esperto ou passar a impressão de iniciativa inovadora: o recém-inaugurado bar O Pulo do Gato ganhou esse nome simplesmente porque um chamativo macho branco da espécie foi o primeiro ser vivo com o qual os proprietários da casa se depararam quando visitaram o imóvel (antigo Abarcateiro) pela primeira vez, no Cruzeiro. Uma lista de outros nomes já havia sido feita, mas eles parecem ter concordado que o episódio era, de alguma forma, um sinal.

À frente do bar estão os amigos Cláudio Guimarães, Eduardo Coutinho e Paulo Pires, sendo o primeiro o único com experiência no ramo. Começou há 30 anos com o Berro d’Água, no Funcionários, onde tocaram Chico Amaral, Affonsinho, Overdose, Tribo de solos e Samuel Rosa (na época, levado pelo pai). Durou oito anos e, de lá para cá, Cláudio também foi sócio do Neon, Seis e meia e outros bares na Bahia, Búzios (RJ) e Maceió (AL). Por último, comandou o Pimenta Malagueta, em Macacos.

A veia musical foi mantida no novo negócio, com programação ao vivo que privilegia a música instrumental. O saxofonista Chico Amaral já é atração fixa na casa, tocando às quintas com Magno Alexandre (guitarra), Enéias Xavier (baixo acústico) e Limão (bateria). Hoje será a vez do trio do pianista Marcos Marzano e convidados. Os shows começam sempre às 19h e tem hora certa para terminar: 22h. “É a pior coisa do mundo alguém montar um bar e achar que é dono da rua”, diz Cláudio. O pequeno palco foi projetado para minimizar o impacto sonoro na vizinhança e acolher apresentações quase acústicas.

O ambiente foi reformado, mas a maioria das mesas continua no salão lateral e o belo fogão foi mantido no centro. Uma bela parreira cobre o espaço central do bar, onde ficam mais alguns lugares. Rampas e banheiro adaptado garantem acesso a deficientes físicos. Marcas registradas em todos os bares que Cláudio teve, o tabuleiro de xadrez e o jogo de dardo continuam à disposição dos fregueses e gratuitamente – basta colocar o nome na lista e aguardar a vez de jogar. O proprietário, que é integrante de clubes locais dos dois jogos, está sempre por perto para explicar as regras.

Destaques
A especialidade da casa são os petiscos feitos com filé mignon e picanha. Os que mais chamam a atenção são a picanha invertida (e recheada com parmesão, muçarela e tomate seco) com fritas (R$ 26), o filé com mix de cogumelos no papelote com batatainhas picantes (R$ 24,50) e a “bundinha” de picanha submersa no purê de batata e gratinada com muçarela (R$ 18,50). Esta última receita foi criada por Cláudio e emprega a parte mais dura da peça, cozida em molho de tomate com manjericão.

Aos sábados, o destaque é da feijoada, servida em nas versões tradicional (completa) e natural (tofu, cogumelo, carne de soja, torresmo de parmesão) ao de uma terceira panela, com cassoulet (feijão branco, paio, cost

elinha e linguiça e lombo defumados). Para comer essas três pedidas à vontade, incluindo acompanhamentos, cada pessoa paga R$ 25 – para casal, o preço é R$ 48. Diariamente, a cozinha solta um petisco surpresa que é oferecido de mesa em mesa a R$ 7.

Na seção de bebidas, a aposta é nas batidas. “Coquetel é mais elaborado, com camadas visíveis e ornamentação bem feita. A batida é mais simples, mais cremosa e bem refrescante, feita no liquidificador. Sem falar no preço, mais acessível”, avalia. No momento, há apenas duas: coco (leite de coco, leite condensado e vodca) e suave (pêssego em calda com espumante), a R$ 7 (cada). Cervejas nacionais em garrafa de 600ml saem por R$ 5,20 e cachaças, entre R$ 4 e R$ 10 (dose).

O pulo do gato
Rua Outono, 523, Cruzeiro, (31) 3282-6751. Aberto de segunda a sexta, das 18h à 0h; sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12h às 18h.

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