Chef Felipe Rameh, dupla de Alex Atala na TV, reformula cardápio do Dádiva

por Eduardo Tristão Girão 28/01/2011 07:00
Pedro David/Esp. EM/D. A Press
(foto: Pedro David/Esp. EM/D. A Press)
O restaurante Dádiva passa pela maior mudança de seus quase cinco anos de existência, com a chegada do chef Felipe Rameh. Ele ocupa o posto deixado pela colega capixaba Sylvia Lis, que comandou a cozinha desde a inauguração da casa. A quem o novo nome não diz muito, vale lembrar que era ele o assistente de Alex Atala no programa Mesa pra dois (GNT) – que o famoso chef tinha com Flávia Quaresma –, no qual respondia pelo apelido de Sansão. Jovem e experiente, este mineiro de Muriaé mudou totalmente o cardápio, alterou fornecedores e trabalha com equipe 80% renovada.

“Minha cozinha é de produto, com a menor interferência possível. Sem ele, é impossível fazer pratos com excelência”, resume Felipe. Para exemplificar, lembra quando colheu vegetais na horta caseira de um amigo e resolveu fazer, naquele mesmo dia, um risoto com as beterrabas recém-extraídas da terra: “Foi um dos pratos mais incríveis que já fiz. Um absurdo em termos de potência de sabor”. E completa: “Chef tem de ser tarado por produto e caçar os fornecedores que trabalham com paixão”.

Ele sabe o que está falando. Apesar dos 29 anos, exibe vivência suficiente para ter aprendido. Fez curso de gastronomia no Senac Águas de São Pedro e estagiou em boas cozinhas, como as do Vecchio Sogno (BH) e Garcia & Rodrigues (RJ). Depois, foram intensos três anos ao lado de Alex Atala, cozinhando no D.O.M., em São Paulo, e acompanhando o chef na TV e em eventos nacionais e internacionais. De mochila nas costas, rodou a Europa durante dois anos, trabalhando como cozinheiro no estrelado Mugaritz (Espanha), no Canteen (Inglaterra) e no Le Chalet de la Forêt (Bélgica).

De volta ao Brasil, em 2008, abriu com a família o Benedita Bistrô, que continua funcionando em Muriaé. Ensaiou vários planos fora da cidade, mas acabou “descoberto”, no fim do ano passado, por Allyson Lessa e Manueljuvêncio Ottoni, proprietários do Dádiva. “Bebo de todas as fontes. Tive a oportunidade de morar em diferentes países e fui criado no interior, o que é outra história. Coloco em prática um pouco de tudo o que vivenciei. Minha intenção é trabalhar cada dia mais com ingredientes regionais, mas acho que não dá para impor isso logo de cara”, conta Felipe.

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PRODUTOS

Do cardápio anterior, não ficou pedra sobre pedra. Entradas, pratos principais e sobremesas somam 49 itens, sem contar as 20 opções de petiscos. Peixes e frutos do mar agora são comprados pelo restaurante sem atravessadores e chegam à casa duas vezes por semana – ostras e mexilhões vêm frescos de Santa Catarina, sempre aos sábados. Carnes bovinas e ovinas chegam da paulistana Intermezzo Gourmet e os pães continuam a cargo do ateliê belo-horizontino Cum Panio. Ele quer valorizar mais os produtos mineiros: “Há fornecedores brilhantes aqui. Se não olharmos para eles, morrerão. Precisamos uns dos outros”.

Entre suas sugestões (todas individuais) estão: tentáculo de polvo dourado no azeite com arroz negro e vinagrete morno de tomate uva (R$ 69); peixe do dia com legumes frescos, redução de tangerina e alho negro (R$ 65); nhoque de batata com creme de leite fresco reduzido, trufa preta e parmesão (R$ 66); costeleta de cordeiro com mescla de grãos, nozes e frutas secas e toque de limão e hortelã (R$ 75); e sorvete de baunilha com banana dourada, farofa de canela e canudinho de doce de leite de Viçosa (R$ 17).

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DÁDIVA
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes, (31) 3292-9810. Aberto de segunda a quarta, das 12h às 15h e das 18h à 1h; quinta, das 12h às 15h e das 18h às 2h; sexta e sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12h à 0h.

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