Pechinchas gastronômicas

No Brasil desde 2007, a Restaurant week tem sua primeira edição em BH

por Eduardo Tristão Girão 17/09/2010 07:00
Pedro Motta/Esp. EM/D. A Press
Salada verde, espaguete com tomates, queijo de búfala e manjericão e torta de chantily, pratas da Fabbrica Spagheteria (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D. A Press)

Começou assim: restaurantes de Nova York, nos Estados Unidos, se uniram para combater o impacto negativo da baixa temporada em seus caixas, promovendo curta temporada de menus a preços reduzidos para atrair novamente o público. Nascia, então, a Restaurant week: o ano era 1992 e a ideia deu tão certo que, de lá para cá, a fórmula passou a ser repetida não apenas na Big Apple, mas em cerca de 100 cidades pelo mundo. No Brasil, o evento teve sua primeira edição somente em 2007, em São Paulo (onde hoje é realizado duas vezes por ano). Agora é a vez de Belo Horizonte, que terá duas semanas de verdadeiras pechinchas gastronômicas em 30 casas, a partir de segunda-feira.

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O objetivo principal é democratizar a alta gastronomia e os preços são realmente baixos. Almoço a R$ 27,50 e jantar a R$ 39 por pessoa, incluindo sempre uma entrada, um prato principal e uma sobremesa. Todos os participantes cobram os mesmos valores, independentemente do dia da semana, sendo que bebidas, couvert, serviço e manobrista não estão incluídos. A cada freguês será sugerido acrescentar à conta R$ 1, que será doado para a Casa de Apoio Aura, entidade de auxílio a crianças e adolescentes com câncer na capital mineira.

“Belo Horizonte foi estratégica e um pouco mais difícil para a gente. A cidade e Minas são muito gastronômicos e cheios de eventos. Quisemos chegar bem preparados e quebrar o gelo nunca é fácil. Mesmo com todo histórico no Brasil e exterior, há resistência”, afirma Emerson Silveira, organizador da Restaurant week no Brasil. Hoje, o evento está presente também em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Vitória, Recife e São Bernardo do Campo. Em BH, estima-se que 40 mil pessoas visitem os restaurantes participantes entre segunda-feira e dia 3 de outubro, quando termina a edição mineira.

Ciente de que Belo Horizonte tem sólida tradição em bares, Emerson quer transformar a Restaurant week numa das principais datas do calendário gastronômico da cidade. “Não queremos competir, mas agregar. E vamos mostrar que alta gastronomia não é só para elite”, acredita. A aposta na capital mineira é alta, pois ano que vem, adianta ele, serão duas edições por aqui, a exemplo do que já é feito em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília: de 14 a 27 de janeiro e de 22 de julho a 8 de agosto e com pelo menos 50 restaurantes participantes.

Emerson considera bom o número de inscritos em BH, tendo em vista que São Paulo (hoje com 200 restaurantes participando), começou há três anos com somente 45. Essa primeira edição na capital mineira ficou desfalcada de alguns dos mais conhecidos (e caros) restaurantes da cidade, como Vecchio Sogno, Taste-Vin e A Favorita. Essas e outras sete casas participam, não por acaso, de outro evento gastronômico, o BH Bom de Mesa, festival que reunirá filiados a Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança semana que vem.

Mesmo assim, outros nomes de peso entraram nesta Restaurant week, a exemplo de Hermengarda, Haus München, Feliz, Maharaj e Dádiva, englobando bairros que vão do Planalto ao Sion, de Lourdes ao Padre Eustáquio. Em termos de proposta, o que não falta é variedade: massa, carne, peixe, pizza, cozinha mineira, baiana, italiana, indiana, variada, contemporânea e até norte-americana. Entre os mais antigos, estão Chez Bastião (1965), Província de Salerno (1983), La Traviata (1987) e Badejo (1990). O único que não está em Belo Horizonte é o Bistrô da Matilda, que fica no condomínio Vale do Sol, em Nova Lima. Todos têm cardápio especial definido para o jantar e 14 também para o almoço.

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