Festival exibirá as criações do chef italiano Tommaso Rizzi

por Eduardo Tristão Girão 21/05/2010 07:00
Pedro David/Esp.EM/D.A Press
Costeleta de vitelo ao molho de limão com batata gratinada, um dos pratos do festival (foto: Pedro David/Esp.EM/D.A Press)
Talvez seja difícil definir a cozinha de Siena, mas a tarefa certamente fica mais fácil quando essa cidade italiana é contextualizada em sua região, a Toscana, célebre por suas carnes de caça e embutidos, entre outros alimentos de igual nobreza. Certo de que conseguirá fazer com que os belo-horizontinos compreendam ao menos um pouco essa culinária, o chef italiano Tommaso Rizzi comandará duas noites de festival gastronômico na Osteria Mattiazzi, quarta e quinta-feira da semana que vem.

Ele não nasceu em Siena, mas em Piacenza, na região vizinha da Emília-Romanha. Como funcionário ou proprietário, trabalhou em cinco casas na Itália (restaurantes Il Cantiere del Gusto e Mugulone e as osterias La Sosta, Il Campaccio e Il Vicolo) e uma na Dinamarca (Al Dente), sendo o Mugulone um dos endereços gastronômicos mais antigos de Siena. Massimo Battaglini, chef e proprietário da Osteria Mattiazzi, e Tommaso se conheceram por meio de um amigo comum, produtor de vinho na Toscana.

“Não é fácil falar da cozinha típica de Siena, porque é difícil encontrar algo autóctone. Muitos imigrantes passaram pela cidade. A cozinha típica de lá é baseada em matéria-prima pobre, do campo, especialmente na carne de caça. É uma cozinha muito rica em especiarias e ervas aromáticas, mas carente de sobremesas. O cardápio será uma viagem por sabores e tradições locais”, conta Tommaso. Para garantir maior fidelidade às receitas que apresentará aqui, ele trará alguns ingredientes de lá, como o açafrão.

É a primeira vez que ele vem ao Brasil. “Infelizmente, não conheço nada da gastronomia do país, mas espero poder aprofundar na cultura e na gastronomia de vocês”, empolga-se. Além de chef, ele é também jogador de rúgbi, que pratica desde 1993. “Adoro esse esporte, porque ele te coloca na frente de você mesmo e dos outros. É essencial pelo espírito de grupo que envolve, assim como na cozinha. Ele me ajudou muito a melhorar a comunicação com os colegas de trabalho”, afirma.

Fabrizio Grazzini/divulgação
Tommaso Rizzi se divide entre as panelas e o rúgbi (foto: Fabrizio Grazzini/divulgação)
ESCOLHAS O menu começa com pequenas bruschettas com patê de fígado de galinha, sálvia e vin santo (vinho de sobremesa toscano feito com as uvas malvasia e trebbiano). Em seguida, o chef apresentará duas sopas tradicionais da região sob a forma de assados: um de pão com tomate, especiarias e lardo (fatias de banha de porco curada); e outro de farro (cereal típico) com queijo scamorza e minitomates ao tomilho.

Para o primeiro prato, o freguês terá de escolher uma dentre as duas seguintes opções: pici (massa semelhante ao espaguete, porém mais grossa; será feita na hora) com ragu de pato e ervas ou risoto de buristo (espécie de chouriço à base de sangue de porco). Na hora do segundo prato, a dinâmica será a mesma: javali assado com batatas ao alecrim ou costeleta de vitelo ao molho de limão com batata gratinada.

A sobremesa será um cilindro de chocolate belga recheado com coco e guarnecido com creme de açafrão italiano. Para finalizar, uma harmonização clássica italiana: cantucci (biscoito de amêndoa típico que o chef fará no dia) e vin santo. Haverá opções de vinhos em garrafa selecionados especialmente para o menu do festival.

TOMMASO RIZZI
Festival gastronômico do chef italiano. Dias 26 e 27 (quarta e quinta-feira da semana que vem), na Osteria Mattiazzi (Rua Soledade, 28, Santa Efigênia). Preço R$ 120 (individual, não inclui bebidas). É necessário fazer reserva. Informações: (31) 3481-1658.

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