Durante muito tempo, o vinho reinou absoluto no campo das degustações. A abertura do mercado a produtos gourmet de todos os tipos vem firmando novas modalidades de provas para o paladar. Hoje, há um sem-número de confrarias de cerveja espalhadas por esse Brasil afora e grupos de apreciadores de cafés especiais que se reúnem periodicamente para comparar marcas e estilos de produção. Com a chegada ao Brasil de chocolates top de linha, termos característicos da enologia como terroir, grand cru e vintage vêm migrando para o território do cacau e de seu delicioso derivado. Que, aliás, vem ganhando cada vez mais espaço na alta gastronomia e nem sempre nas sobremesas.
Brincando com essa ideia, o caderno Feminino & Masculino convidou cinco mulheres ligadas à gastronomia da capital mineira para degustar, às cegas, cinco marcas de chocolates disponíveis no mercado: mestra Dadette Mascarenhas, que ensinou as sutilezas da cozinha francesa a grande parte dos bons cozinheiros mineiros; Dilu Villela, que cursou gastronomia na Estácio de Sá e frequentou cursos nas principais escolas de cozinha do mundo; Jane Magalhães, da Padaria Pedro Padeiro; Juliana Scucato, da sorveteria Easy Ice, e a banqueteira Liliane Menezes, dona do bufê Cozinha Gourmet.
A informalidade marcou o encontro, que não teve o rigor técnico que rege os eventos profissionais do gênero. As cinco provadoras se reuniram na sede do Estado de Minas, no Bairro Funcionários, e foram convidadas a avaliar o aspecto, o aroma, a textura, o sabor e a persistência da sensação gustativa de cada uma das cinco amostras e a fazer os comentários que julgassem pertinentes.
PROMOÇÕES
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Para tornar os parâmetros de comparação mais equilibrados, excluiu-se da seleção marcas as que trabalham com chocolate belga, como, por exemplo, Confiserie du Chocolat, Degryse e Le Chocolat. Também ficaram de fora grandes fabricantes como Nestlé, Lacta e Garoto. A lista é formada apenas por grifes de “chocolates finos”: as mineiras Lalka, Fany Bombons e Doce Cacau, a tradicionalíssima Kopenhagen e a “novata” Doce Cacau. Foram oferecidos às convidadas somente amostras de ovos de Páscoa de chocolate ao leite, sem nenhuma identificação, para padronizar o teste e evitar que o peso da marca influenciasse o julgamento. Os bombons e trufas do recheio dos ovos foram ignorados, pelos mesmos motivos.
SURPRESA
Se você achava que o da Kopenhaguen, considerado o mais fino desse segmento do mercado, saísse vencedor, se enganou. Em primeiro lugar classificou-se o produto da Cacau Show, o mais barato deles (400g, R$ 27,50). A característica que mais se destacou no ovo de chocolate ao leite da marca foi o aspecto, mas a maioria das convidadas avaliou bem o seu sabor e a sua textura. Apenas no quesito aroma ele recebeu zero de uma jurada que percebeu a presença acentuada de aromatizante artificial. O ovo da Fany Bombons (300g, R$ 33) ficou em segundo lugar, numa disputa apertada. O da Lalka (300g, R$ 31,50) ficou em terceiro, o da Kopenhagen (300g, R$ 49,90) em quarto e o da Doce Cacau (300g, 39,90) em quinto.
Pontuação geral
Cacau Show: 17,9 pontos (média: 3,58)
Fany Bombons: 17,7 (média: 3,54)
Lalka: 12,8 pontos (média: 2,56)
Kopenhagen: 12,2 pontos (média: 2,44)
Doce Cacau: 8,2 pontos (média: 1,64)