Avenida Fleming reúne bares e restaurantes para todos os gostos

por Eduardo Tristão Girão 05/03/2010 07:00
Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press.
O churrasqueiro João Edmilson prepara as carnes no Restaurante Filé, pioneiro na avenida (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press.)

A princípio, ela é uma avenida sem nada de especial: nem muito grande, nem muito pequena, com um posto de gasolina no início e uma banca de coco gelado no final. Porém, a intensa especulação em torno de imóveis e lotes não nega: a Fleming se transformou num dos principais corredores gastronômicos não só do Bairro Ouro Preto, mas de toda região da Pampulha. A maioria dos bares e restaurantes da via se amontoa num trecho de não mais de 300 metros, com diversidade de propostas que impressiona, dada a proximidade das casas. Espetinho, hambúrguer, pizza, frutos do mar, comida mineira e massa são algumas das opções dessa verdadeira passarela gastronômica, que acaba de ganhar mais um bar.

“Moro nesta avenida e era frequentador dos bares daqui. Fui atraído pelo movimento do local”, conta o economista Luiz Carlos Pickler Júnior, que abriu recentemente o Butiquim Ouro Preto com o administrador de empresas Rodrigo Vilella dos Santos, seu amigo de infância. “Já tive bar antes, mas desses de faculdade. Um bar como este era nosso sonho”, completa. Luiz confessa sentir falta de bares com “proposta típica da Zona Sul” na região: “Nunca via ninguém tomando uísque ou uma caipi bacana por aqui. Além do mais, com a Lei Seca ficou complicado para o pessoal sair daqui”.

Além das caipis (R$ 7,90, cada) e doses habituais, a seção de bebidas lista cervejas variadas (entre R$ 3,50 e R$ 10,80) e chope (R$ 3,20, 300ml). No restante do cardápio, destaque para os petiscos de ascendência nordestina, caso do arrumadinho (feijão-de-corda, farinha amarela, carne de sol na manteiga e vinagrete; R$ 18), baião de dois (arroz, feijão de corda, carne de sol na manteiga, queijo coalho e cheiro verde; R$ 18) e escondidinho (purê de mandioca, carne de sol desfiada e dois requeijões; R$ 15) – todos servem duas pessoas.

Entre carnes nobres e petiscos clássicos de botequim, três pedidas chamam a atenção. A primeira delas é o tô sozinho (R$ 8): pequeno prato com azeitona, palmito e ovo de codorna. “Fizemos para aquele cara que chega aqui no bar sozinho”, explica Luiz. As outras são as porções de moela ao molho de estrogonofe, com direito a cogumelos (R$ 14), e a de feijão tropeiro, com feijão-de-corda no lugar do grão de costume (R$ 11).

DONO DO PEDAÇO

Mineiro de Corinto, Marco Antônio Neri Bezerra Júnior construiu carreira como advogado em São Paulo mas, cansado, resolveu voltar para Minas. Na capital mineira deparou-se com perspectiva salarial pior que a de antes. Resolveu, então, construir um bar num terreno de 523 metros quadrados na avenida. Assim nasceu, em 2000, o Filé, apontado por ele como o primeiro bar da avenida. “Antes só havia um trêiler”, garante ele.

Hoje a casa ocupa área três vezes maior, tem 700 lugares e continua especializada em espetos: alcatra (R$ 12,90), picanha serenada de Montes Claros com mandioca cozida e manteiga de garrafa (R$ 21,90) e camarão (R$ 9,90) estão entre as 25 variedades. Não tardou para que Marco Antônio percebesse o potencial da região: em 2005, abriu o Massa (pizza e macarrão) e em 2007, o Sushi House (comida japonesa e chinesa), ambos na mesma avenida.

“Muita gente vem de áreas adensadas da zona sul, como Belvedere e Savassi, para a região da Pampulha, no fim de semana. Aqui não havia vida noturna e hoje temos entre 30% e 40% de clientes novos. Isso é muito se comparado a outras regiões. Quanto mais aparecerem empresas por aqui, melhor. Confesso que quando os primeiros chegaram fiquei com medo, mas depois entendi que a concorrência é importante para o crescimento de todos”, analisa.

Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press.
Costelinha com molho de rapadura, servida no Caminho da Roça (foto: Pedro Motta/Esp. EM/D.A Press.)
LENHA

Último restaurante da avenida, em direção à lagoa, o Caminho da Roça tem ambiente de fazenda, simples e rústico, com fogão à lenha e plantas. No comando da casa está Rosiléia Mafforte, que antes de se dedicar a pratos típicos mineiros e petiscos, tinha uma confecção. “Minha família é muito grande. Eram umas 100 pessoas todo fim de semana lá em casa e a gente fazendo comida para todo mundo”, lembra. Ouvindo conselhos dos parentes, abriu o negócio em 2006.

Se nos pratos ela não arrisca – tropeiro (R$ 39,90, para duas pessoas), frango ao molho pardo (R$ 32,90, para duas pessoas), galinhada (R$ 12,90, individual) –, nos petiscos é possível perceber alguma liberdade, caso da costelinha ao molho de rapadura com cachaça e farofa de milho com manteiga de garrafa (R$ 23,90) e do jiló com linguiça (feita no local), bacon e pimenta biquinho (R$ 15,90). Uma das opções de sobremesa, o sorvete de café (R$ 6, três bolas) também é produzido na casa.
Quando o assunto é concorrência, ela concorda com Marco Antônio, do Filé: “É ótimo. Quanto mais, melhor. Cada casa trabalha com um tipo de comida, ou seja, uma não atrapalha a outra. Vejo que uma ajuda a outra. Não somos concorrentes, mas parceiros”.

RIO E MAR

Quando Anderson Salomão Askar abriu o bar Siri na Fleming, em 2006, algumas casas que hoje vivem lotadas já existiam. “A escolha do imóvel foi meio por acaso. Hoje a avenida virou point e as pessoas têm opção de comer de tudo por aqui”, conta. Entre as sugestões, costela de pacu ao molho de limão (R$ 24,90, para duas pessoas), escondidinho de siri (com arroz; R$ 37,70, para duas pessoas) e casquinha de siri (R$ 6,90, unidade). Na sua especialidade (peixes e frutos do mar) é o único por ali – pelo menos por enquanto.

NA AVENIDA

• Burgueria Original
Nº 212 – (31) 3498-1188
Aberto diariamente, das 17h à 0h.

• Massa
Nº 227 – (31) 3498-1414
Aberto de segunda a quinta, das 18h à 0h; sexta, das 18h às 2h; sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12h às 23h.

• Vesúvio
Nº 240 – (31) 3498-4094
Aberto de segunda a quarta-feira, das 18h à 0h; quinta e sexta, das 18h às 2h; sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12 às 23h.

• Siri
Nº 241 – (31) 3498-4550
Aberto terça e quarta, das 18h às 23h; quinta, das 18h às 23h30; sexta, das 18h às 0h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 22h.

• Filé
Nº 271 – (31) 3498-4554
Aberto de segunda a quinta, das 11h30 à 0h; sexta e sábado, das 11h30 às 2h; domingo, das 11h30 às 23h.

• Bar & Boi
Nº 294 – (31) 3498-7666
Aberto de segunda a quarta, das 17h à 0h; quinta, das 17h à 1h; sexta, das 17h às 2h; sábado, das 11h às 2h; domingo, das 11h à 0h.

• Sushi House
Nº 417 – (31) 3498-7660
Aberto de segunda a quinta, das 18h à 0h; sexta, das 18h às 2h; sábado, das 12h às 2h; domingo, das 12h às 23h.

• Butiquim Ouro Preto
Nº 480 – (31) 3492-5935
Aberto de segunda a sexta, das 18h às 23h; sábado e domingo, das 12h à 0h.

• Caminho da Roça
Nº 1.472 – (31) 3427-1718
Aberto de terça a sexta, das 18h à 0h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h às 23h.

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