Novo bar de Lourdes, o Armazém Medeiros recria clima do interior

por Eduardo Tristão Girão 20/11/2009 07:00
Pedro Motta/Esp. EM./D.A Press
A bisteca Medeiros está entre os destaques do cardápio da nova casa da cidade (foto: Pedro Motta/Esp. EM./D.A Press)

A relação próxima dos belo-horizontinos com raízes interioranas há muito é explorada por bares, como a Mercearia do Lili, e, mais recentemente, o Butiquim Mineiro, cujos proprietários souberam recriar a sensação de aconchego. A fórmula parece sempre dar certo e é nela que acredita o grupo que comanda o Armazém Medeiros, aberto esta semana em Lourdes, no mesmo ponto onde funcionou, durante décadas, o comércio de mesmo nome. Nas paredes, de leite de colônia a leite condensado, além de uma centena de cachaças.

O imóvel foi construído na década de 1940 e, desde então, abrigou o armazém, que funcionou até 1986. O alvará para funcionamento foi obtido na época em que Juscelino Kubitschek foi prefeito da cidade – o político chegou a ter conta lá. Em seguida, foi ocupado pela padaria Trigais, que teve as portas fechadas recentemente. Reformado, o ambiente ganhou jeito de venda, com piso vermelhão e prateleiras feitas com madeira de caixote, recheadas com grande variedade de produtos, como enlatados, cigarro de palha, sabão e palha de aço. Já as luminárias são feitas com garrafas de cerveja.

À frente do negócio estão os irmãos Agilberto e Pedro Martins da Costa, Ricardo Prates e Éder Pardini. Os dois primeiros estão entre os principais empresários do ramo na cidade, donos dos restaurantes Olegário, Udon, Santafé e Villa Madalena e da choperia Germano. Atualmente, pequena parte do imóvel é ocupada pelo sapateiro Edson Evangelista, conhecido como Tatu. Ele está no local há 12 anos e aprendeu o que sabe com o pai, Geraldo da Cruz, o Babão, que também começou lá, na mesma época em que o armazém foi aberto. Mesmo com a abertura do bar, continuará tudo como antes para os dois.

Bico fino A casa tem capacidade para cerca de 200 pessoas em três ambientes: salão, calçada e mezanino. Próximo à entrada fica a churrasqueira, onde é preparada a especialidade da casa, a carne. Há desde cortes populares, como picanha (R$ 7,50, 100g), fraldinha (R$ 5,50, 100g) e alcatra (R$ 5,50, 100g), a especiais, caso do bife de chorizo (R$ 7,50, 100g), costela de tira (R$ 6,80, 100g), prime rib (R$ 7,80, 100g), além de porco, frango e peixe. Qualquer pedida dessas chega à mesa com farinha de cebola queimada, vinagrete e quatro molhos diferentes.

Uma série de acompanhamentos, que vão da farofa de ovos (R$ 7,80) ao arroz de funghi (R$ 11,80), pode fazer das carnes pratos principais ao gosto do freguês. Entre as porções, destaque para a couve flor à milanesa (R$ 9,90) e tomate verde frito (R$ 9,90), que chamam a atenção entre trivialidades, como almôndega (R$ 17,80), polenta frita (R$ 12,80) e carne de lata (R$ 18,80). A casa tem um funcionário que fica exclusivamente por conta dos pastéis (carne, queijo, frango e carne seca; R$ 13,80, porção com 10). A seção “bico fino” lista opções como polvo na chapa (R$ 19,80), lula em conserva (R$ 9,80) e ceviche (R$ 17,80).

Para beber, cervejas de garrafa (entre R$ 4,50 e R$ 4,90) e chope (claro e escuro, da Brahma; R$ 4,20). Orgulho da casa é a cachaça que leva o nome do bar, feita na fazenda do tio de Agilberto e Pedro, que fica em Novo Cruzeiro, na região do Jequitinhonha. A produção começou em 1850 e dela são compradas as cachaças premium (oito anos em bálsamo; R$ 8,80, dose), ouro (quatro anos em bálsamo; R$ 3,80, dose) e prata (entre três e quatro anos em castanheira, que não dá cor; R$ 3,50, dose).

Quer mais opções? Confira o Guia de Bares e Restaurantes do Divirta-se

ARMAZÉM MEDEIROS
Rua Rio de Janeiro, 2.221, Lourdes, (31) 3275-2665. Aberto de segunda a sexta, das 17h à 0h; sábado, domingo e feriado, das 12h à 0h.

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